A profecia de Fernando Pessoa

A visão pessoana de um Quinto Império nasce nos versos desta obra, épica, metafórica e profética. A Mensagem é o sonho de Portugal. «Sou um nacionalista místico, um sebastianista racional», escreveu o poeta sobre o único livro de poemas em português publicado a 1 de dezembro de 1934, um ano antes da sua morte.

Nos 44 poemas da Mensagem contam-se séculos de história, das glórias e não glórias que Portugal viveu. Fernando Pessoa contempla o passado dos heróis e dos mitos, de Ulisses, de Viriato, do Infante D. Henrique, de Nuno Álvares Pereira e do desejado D. Sebastião.

O poeta encontra no «pequeno povo» das Descobertas, «a grande Raça que partirá em busca de uma Índia nova», não para conquistar apenas um Império terreno mas para cumprir o desígnio divino de um Império da Cristandade, o Quinto Império.

Tal como Camões fizera, quatrocentos anos antes, o poeta olha para a grandeza das viagens marítimas como um incitamento para o sonho:”É a Hora!”, escreve no último verso.

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Miguel Real

Miguel Real, investigador do CLEPUL - Centro de Literaturas e Culturas Europeias e Lusófonas da Universidade de Lisboa, publicou os romances Memórias de Branca Dias (2003), A Voz da Terra (2005), O Último Negreiro (2006), O Último Minuto na Vida de S. (2007), O Sal da Terra (2008), A Ministra (2009), As Memórias Secretas da Rainha D. Amélia (2010), A Guerra dos Mascates (2011), O Feitiço da Índia (2012), A Cidade do Fim (2014), O Último Europeu (2015), O Deputado da Nação (em co-autoria com Manuel da Silva Ramos – 2016), Cadáveres às Costas (2018), e (em co-autoria com Filomena Oliveira) as peças de teatro Uma Família Portuguesa e Europa, Europa! (2016), e os ensaios Narração, Maravilhoso, Trágico e Sagrado em “Memorial do Convento” de José Saramago (1998), O Marquês de Pombal e a Cultura Portuguesa (2005), O Último Eça (2006), Agostinho da Silva e a Cultura Portuguesa (2007), Eduardo Lourenço e a Cultura Portuguesa (2008) e Padre António Vieira e a Cultura Portuguesa (2008), A Morte de Portugal (2007), Matias Aires. As Máscaras da Vaidade (2008), José Enes. Filosofia, Açores e Poesia (2009), Introdução à Cultura Portuguesa (2011), O Pensamento Português Contemporâneo. 1890 – 2010 (2011), Nova Teoria do Mal (2012), Romance Português Contemporâneo. 1950 – 2010 (2012), Nova Teoria da Felicidade (2013), Comentário a "Mensagem" de F. Pessoa (2013), Nova Teoria do Sebastianismo (2014), O Futuro da Religião (2014), Manifesto em Defesa de uma Morte Livre (2015), Portugal – Um País Parado no Meio do Caminho. 2000 – 2015 (2015), O Teatro na Cultura Portuguesa do Século XX (2016), Nova Teoria do Pecado (2017), Traços Fundamentais da Cultura Portuguesa (2017) e Fátima e a Cultura Portuguesa (2018). Recebeu o Prémio Revelação Ficção da As. Port. de Escritores; Prémio revelação de Ensaio da As. Port. de Escritores; Prémio Fernando Namora de Literatura; Prémio Ficção Ler/Círculo de Leitores; Prémio Ficção da Sociedade Portuguesa de Autores, Prémio Jacinto do Prado Coelho da Associação Portuguesa de Críticos Literários e, em conjunto com Filomena Oliveira, o Grande Prémio de Teatro do Teatro Aberto e SPA.
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