Guiné-Bissau assinala 50 anos da independência com recriação da constituinte no Boé

Bissau, 18 set 2023 (Lusa) – A Assembleia Nacional Popular da Guiné-Bissau assinala, no fim de semana, os 50 anos da independência com a recriação da primeira constituinte no local onde aconteceu, nas colinas do Boé, divulgou hoje aquele órgão de soberania.

A Comissão Permanente do Parlamento, que ostenta o nome do simbólico local, reuniu hoje para discutir os preparativos da comemoração e a convocatória para a sessão especial programada para sábado e domingo, nas colinas de Madina do Boé, no leste do país, a sul da região de Gabu.

A 23 e 24 de setembro, os dias marcantes do processo de independência, os deputados e representantes dos vários órgãos de soberania viajam até às matas onde foi realizada a primeira assembleia constituinte, como anunciou Ansumane Sanha, chefe do gabinete do presidente da Assembleia Nacional Popular.

Das comemorações, salientou “dois aspetos essenciais do programa”, concretamente os “50 anos que a Guiné-Bissau foi constituída enquanto estado e também dos 50 anos que reuniu a Assembleia Nacional Popular”.

“O programa desenhado foi no sentido de recriar a primeira assembleia constituinte da Guiné-Bissau”, enfatizou, explicando que esse momento será recriado por um conjunto de jovens.

“Esse é o simbolismo e grandeza que se pretende dar a essa ação, no sentido de realizar exatamente no local onde aconteceu, nas famosas colinas”, vincou.

Nos dois dias de programa participam “convidados nacionais e estrangeiros”, entre os quais realçou a presença de alguns que estiveram no ato da primeira assembleia e que proclamaram a independência da Guiné-Bissau, nomeadamente Ana Maria Cabral, que viaja de Cabo Verde para a cerimónia.

A organização conta também com a presença de outros convidados do país que formou o partido único, o PAIGC (Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo Verde”, e que está associado à história do meio século que agora se assinala.

Ansumane Sanha indicou que todos os órgãos da Guiné-Bissau estarão envolvidos e representados nesta cerimónia, embora o presidente da República, Umaro Sissoco Embaló, não vá estar “fisicamente presente por razões de agenda de Estado”, mas “participa através de um vídeo pré-gravado, que será exibido no local”.

Os eventos hoje anunciados marcam os dias histórico do país, mas as comemorações oficiais estão programadas para 16 de novembro, depois da época das chuvas, com convidados de vários países, nomeadamente o Presidente da República e o primeiro-ministro portugueses.

A 23 de setembro de 1973 decorreu, no Boé, a primeira Assembleia Nacional Popular e um dia depois foi proclamada unilateralmente a independência da Guiné-Bissau, resultado da luta armada liderada por Amílcar Cabral, assassinado em janeiro do mesmo ano, na Guiné-Conacri.

O país foi o primeiro das ex-colónias portuguesas a assumir-se como um estado soberano, embora Portugal só tenha reconhecido a independência um ano depois, a 10 de setembro de 1974, alguns meses após o 25 de Abril.

   HFI // MLL – Lusa/Fim

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