Mar Português
Ó mar salgado, quanto do teu sal São lágrimas de Portugal! Por te cruzarmos, quantas mães choraram, Quantos filhos em vão rezaram! Quantas noivas ficaram por casar Para que fosses nosso, ó mar!
Valeu a pena? Tudo vale a pena Se a alma não é pequena. Quem quer passar além do Bojador Tem que passar além da dor. Deus ao mar o perigo e o abismo deu, Mas nele é que espelhou o céu.
Fernando Pessoa, Obra Poética e em Prosa, Lello & Irmão, 1986
Texto B (Camões)
A gente da cidade, aquele dia, (Uns por amigos, outros por parentes, Outros por ver sòmente) concorria, Saudosos na vista e descontentes. E nós, co’a virtuosa companhia De mil religiosos diligentes, Em procissão solene, a Deus orando, Para os batéis viemos caminhando.
Em tão longo caminho e duvidoso Por perdidos as gentes nos julgavam, As mulheres c’um choro piedoso, Os homens com suspiros que arrancavam; Mães, esposas, irmãs, que o temeroso Amor mais desconfia, acrecentavam A desesperação e frio medo De já nos não tornar a ver tão cedo.
Luís de Camões, Os Lusíadas, (Canto IV), Círculo de Leitores, 1984
1. Eminentemente descritivo[escolhe]ambos os textosapenas o texto de Camõesapenas o texto de Pessoa
2. Referência às lágrimas derramadas pelos que ficam[escolhe]ambos os textosapenas o texto de Camõesapenas o texto de Pessoa
3. Predomina o sofrimento pessimista[escolhe]ambos os textosapenas o texto de Camõesapenas o texto de Pessoa
4. Caráter episódico[escolhe]ambos os textosapenas o texto de Camõesapenas o texto de Pessoa
5. Eminentemente metafórico[escolhe]ambos os textosapenas o texto de Camõesapenas o texto de Pessoa
6. Predomina o sofrimento esperançoso[escolhe]ambos os textosapenas o texto de Camõesapenas o texto de Pessoa
7. Referência aos familiares dos que partem[escolhe]ambos os textosapenas o texto de Camõesapenas o texto de Pessoa
8. Caráter genérico[escolhe]ambos os textosapenas o texto de Camõesapenas o texto de Pessoa