Em entrevista à agência Lusa, à margem do encontro Presente no Futuro, que reúne hoje uma centena de oradores, no Liceu Pedro Nunes, em Lisboa, para debater Portugal na Europa, João Gomes Cravinho escusou-se a comentar as opções do atual Executivo em matéria de cooperação para o desenvolvimento, mas não deixou de sublinhar que “é fundamental para a política externa portuguesa, independentemente de quem esteja no Governo, que haja uma atenção muito especial aos países de língua portuguesa”.
Apesar da conjuntura, “Portugal não pode deixar de olhar para a cooperação como um instrumento fundamental da sua política externa”, nomeadamente para o relacionamento “íntimo e importantíssimo” com os países de expressão portuguesa, concretizou o atual embaixador da União Europeia na Índia.
Recordando que se assiste a “um processo de transformação profunda da cooperação”, João Gomes Cravinho frisou que a proximidade com os países de expressão portuguesa “representa um ativo extremamente importante”, que Portugal não pode “desperdiçar”.
A “aposta” no desenvolvimento dos países de expressão portuguesa assenta em razões de “afetos” e “solidariedade”, mas também de “interesses”, nomeadamente económico. “Se Angola se desenvolve de forma muito saudável, ou Moçambique, isso é ótimo para empresas portuguesas que têm maior capacidade de concorrência nesses terrenos do que empresas de outros países”, observou.
“Portugal sai muito fragilizado se não souber pôr em campo esse ativo. Se não tivermos esse ativo a funcionar, aquilo que podemos trazer para a mesa é muito mais limitado”, alertou.
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