A língua que nos une

Nas palavras de Jorge Rangel, presidente do IIM, esta é mais uma responsabilidade que o organismo assume. Fica agora a seu cargo a promoção das iniciativas do Observatório no Extremo Oriente e ser o representante junto das instituições académicas e culturais.
Para Eugénio Anacoreta Correia, presidente do Observatório através da cooperação pode-se “estabelecer formas de colaboração e de intercâmbio de actividades e de experiências”.
A troca não fica apenas pela língua, Macau representa, para Eugénio Correia o reforço da capacidade de intervenção do que se faz em termos de lusofonia neste lado do mundo. Macau foi português, mas talvez não seja conhecido no país que o governou, o que faz deste protocolo, também uma forma de levar o território a terras lusas, como comentou o presidente do Observatório.
Promover o português é, na opinião de Eugénio Correia, um longo caminho a percorrer. “Há caminho, o que é bom sinal, significa que há trabalho a ser feito e que vale ter estas causas”, referiu ao Hoje Macau.
O português neste momento é falado por 250 milhões de pessoas, espalhadas por oito países, o terceiro idioma a ser falado em todos os continentes, a sexta com mais presença na internet e língua oficial em nove organizações regionais. Mas estes números, não são considerados suficientes, nas palavras do responsável pelo organismo. “O português devia ter um maior estatuto em instâncias que decidem o mundo, como por exemplo, nas Nações Unidas”. Mas não só de estados se faz uma língua, para Eugénio Correia, a sociedade civil tem um papel fundamental quando se fala em impulsionar um idioma – língua como instrumento social.
Deve ser falada por estados e pelas pessoas que os constituem, fazendo com que a língua seja um meio de unidade política e comercial. “No universo da CPLP é um atractivo ao investimento externo e como unidade social é exemplo nos novos países independentes, onde é como a primeira fronteira”, disse o presidente.
A assinatura do protocolo deu o início ao programa do Festlatino, que ontem e hoje promovem colóquios onde o português volta a ser debatido. Humberto França, coordenador-geral do movimento, como ele próprio lhe gosta de chamar devido à evolução está em Macau pela primeira vez. De Pernambuco, Brasil, o movimento espalhou-se pelo mundo e agora veio à região, “porque faltava Macau e tinha que fazer paragem cá para se conversar sobre a língua portuguesa”, contou o coordenador.
Apesar de ter como base o idioma luso, o movimento Festlatino vai ao encontro dos países não falantes de português impulsionar a língua.
Um acordo ortográfico sim ou não? Humberto França afirma que sim. “É importante para a língua prevalecer a nível internacional. Não muda como dizem, porque vai manter as suas características faladas. Altera-se sim, mas a escrita, o que facilita a informação a todos os países falantes de português em fóruns internacionais, por exemplo, em termos de traduções”, explicou.

 

FONTE: Hoje Macau

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