UE pretende financiar 400 projetos com programa cultural nos PALOP e Timor-Leste


As candidaturas estão abertas até setembro de 2022 em cada um dos PALOP (Angola, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique e São Tomé e Príncipe) e Timor-Leste.


Praia, 10 fev 2020 (Lusa) – A União Europeia pretende apoiar cerca de 400 projetos com um programa cultural, financiando iniciativas em todos os Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa (PALOP) e em Timor-Leste, foi hoje anunciado em Cabo Verde.

A informação foi avançada por Guilherme Bragança, técnico do Projeto Procultura PALOP-Timor-Leste, sendo um dos programas denominado de Diversidade, que visa dinamizar as questões da identidade ligadas ao desenvolvimento da diversidade cultural nesses países.

“Com o Diversidade, espera-se poder apoiar cerca de 400 projetos em todos os PALOP e Timor-Leste. É uma meta bastante ambiciosa”, referiu o técnico que é responsável pela implementação do programa em Cabo Verde.

O programa está aberto a candidaturas de projetos dos vários setores culturais, contando com um financiamento de 2 mil euros até 20 mil euros, indicou a mesma fonte, avançando que, no total, há 100 mil euros por cada país, para ser gerido ao longo de todo o projeto, até 2023.

As candidaturas já decorrem e são abertas a todos os setores, público, privado ou sociedade civil, e as prioridades são os jovens, as mulheres, as zonas com mais desafios, a criação de emprego e melhoria das condições de vida das pessoas.

Durante a apresentação do programa, a diretora-geral do Planeamento, Orçamento e Gestão do Ministério da Cultura e Indústrias Criativas de Cabo Verde, Marly Cruz, indicou que em quatro anos o Ministério recebeu candidaturas de 481 projetos, num montante superior a 700 milhões de escudos (6,3 milhões de euros), mas não consegue financiar todos.

“Esses dados são elucidativos do potencial do setor e da necessidade de se criar ferramentas para acesso aos financiamentos”, disse a responsável, para quem Cabo Verde vê no programa Diversidade “uma grande oportunidade” para que a sociedade civil possa atuar proativamente sobre os seus projetos.

Também disse que a iniciativa vai responder, em parte, à demanda crescente de pedidos de financiamento e imprimir uma nova dinâmica ao setor cultural em Cabo Verde.

O Projeto Procultura PALOP-Timor-Leste está orçado em 19 milhões de euros, sendo 17,7 milhões financiados pela União Europeia, 1,2 milhões pelo Camões – Instituto da Cooperação e da Língua e 90 mil euros pela Fundação Calouste Gulbenkian.

Pretende apoiar projetos para criação de emprego, formação, reforço das capacidades dos agentes culturais, dos artistas, da mobilidade na área cultural e na área do desenvolvimento.

Para a embaixadora de Portugal em Cabo Verde, Helena Paiva, o Diversidade é um “ambicioso programa” e um “estímulo determinante” para iniciativas culturais nesses seis países, que podem candidatar-se com pequenos projetos.

Por sua vez, a embaixadora da União Europeia em Cabo Verde, Sofia Moreira de Sousa, salientou que o projeto Procultura PALOP-Timor-Leste, no geral, e o programa Diversidade não vão dar resposta a todas as iniciativas, mas garantiu que vão possibilitar que alguns “vejam a luz do dia e ganhem alguma energia”, sobretudo na fase inicial, para que depois possam desenvolver-se.

No âmbito do Procultura, que arrancou há meses, Sofia de Sousa avançou que há já várias atividades a decorrer, ligadas à literatura e às artes em geral.

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