Imagem: perfuração de poços de petróleo.
São Tomé, 30 abr 2022 (Lusa) – São Tomé e Príncipe iniciou, há cerca de uma semana, a primeira perfuração petrolífera na sua Zona Económica Exclusiva (ZEE), que decorre “dentro da normalidade” num bloco detido pelas empresas Shell e Galp, anunciou fonte oficial.
Num comunicado de imprensa, a Agência Nacional do Petróleo de São Tomé e Príncipe (ANP-STP) referiu que o navio-sonda Maersk Voyager, que conduz a operação, entrou na ZEE são-tomense no domingo passado e foi acompanhado até a localização do poço ‘Jaca’ no bloco 6, pelo navio patrulha ‘Zaire’ da Marinha Portuguesa, que se encontra em missão de capacitação marítima da Guarda Costeira de São Tomé e Príncipe.
“A campanha de perfuração teve início no dia seguinte [segunda-feira], sendo que as operações estão a decorrer dentro de toda a normalidade”, adiantou o gabinete do diretor executivo do diretor da ANP-STP.
O comunicado cita o próprio diretor executivo da ANP-STP, Luiz Gamboa, que destacou a operação como uma “etapa importante” para a recolha de informações petrolíferas na ZEE de São Tomé e Príncipe.
“O início da perfuração de exploração do poço Jaca marca uma etapa importante porque permitirá, pela primeira vez, a recolha de informação mais precisa sobre a nossa ZEE”, referiu Luiz Gamboa.
O recém-empossado diretor da ANP-STP adiantou que “a prioridade do consórcio constituído pela Galp, Shell e ANP-STP é a execução segura das operações do Jaca para atingir os objetivos do poço e recolher dados de qualidade para a sua avaliação.”
Em declarações à Lusa, por telefone, Luiz Gamboa precisou que “as operações vão durar cerca de 60 dias visando a colocação dos equipamentos mínimos para estabilidade do furo e serão necessários mais 45 dias para fazer o estudo e declarar ou não a fiabilidade da zona”.
Em dezembro do ano passado, a ANP-STP e os representantes da Shell e da Galp promoveram uma ronda de apresentações aos titulares dos órgãos de soberania e aos poderes locais, regional e à sociedade civil são-tomense, no sentido de partilhar as informações sobre este projeto, que, segundo o antigo diretor da ANP-STP, Olegário Tiny, é aguardado “com expetativa” pelos são-tomenses há mais de 20 anos.
Na altura, Olegário Tiny esclareceu que do ponto de vista financeiro o início da perfuração não traduz “nenhum impacto imediato direto” na economia do país, mas, “do ponto de vista de conhecimento geológico da área, este primeiro furo pode ter uma importância muito grande”.
“Cria uma expetativa, não só em relação à população e às autoridades, mas em relação a todos os parceiros que estão na zona”, disse o ex-diretor da ANP-STP, referindo que “está toda gente à espera”.
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