São “monstros” as Sereias (…) e é o Mostrengo quem guarda o mar a navegar.

A Espantosa Variedade do Mundo

Espantosa Variedade do Mundo propôs uma reflexão científica, sobre o insólito – associado ao desconhecido, à diferença e à raridade -, sobre seres extraordinários de hoje e de outros tempos, através de objetos, desenhos fantasiosos ou representações a partir do real.

O mundo, natural e social, é fonte permanente de espanto, seja pela regularidade da sua ordem, seja pela surpresa da diferença. O espanto e a raridade, assim como o desconhecido, convocam a imaginação e alargam o mundo para além do real.

Enquanto figura de alteridade, a figura que reflete o outro, aquele que desconhecemos e que imaginamos, o “monstro” surge com particular destaque na literatura de viagens.

São “monstros” as Sereias d’ A Odisseia de Homero, mas são-no também os povos de estranhos costumes nas terras longínquas visitadas, a Oriente, por Marco Polo, e é o Mostrengo quem guarda o mar a navegar.

A orla do mundo, a orla marítima, a margem que separa a terra firme do desconhecido, é habitada por criaturas extraordinárias.

Se o desconhecido convoca monstros e seres maravilhosos, o conhecimento e a ciência, olham-os com curiosidade e questionamento. A diferença surge de uma anomalia ou de uma riqueza multifacetada? A partir do séc XIX os prodígios de outrora desmistificam-se dando espaço a outros, sejam eles manipulados em laboratório, sejam aqueles que continuam a habitar as margens do desconhecido, as margens da técnica e do engenho humano.

Esta exposição foi comissariada por Palmira Fontes da Costa (CIUHCT/Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa) e por Adelino Cardoso (CHAM/ Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa) e conta com a colaboração Fundação Champalimaud.

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