Projeto Marimba quer valorizar música de Angola, Guiné-Bissau, Moçambique e Timor-Leste

Lisboa, 09 mar 2022 (Lusa) – Um programa de investigação, uma editora discográfica e uma plataforma digital são algumas das vertentes de um projeto lusófono inédito, intitulado Marimba, de divulgação da música de Angola, Guiné-Bissau, Moçambique e Timor-Leste, foi hoje anunciado.

Marimba é uma iniciativa da produtora portuguesa Soundsgood que obteve financiamento no Programa Procultura, da União Europeia e do Instituto Camões.

Em comunicado, a Soundsgood explica que Marimba é um “projeto de intervenção socioeconómico” que abrangerá “todos os elos da cadeia de valor do setor da música” – da investigação à internacionalização – daqueles quatro países da lusofonia.

Em Angola e Moçambique será feita uma “pesquisa exaustiva” sobre o património musical em arquivos públicos – de instituições e rádios estatais – e também em arquivos privados.

Na Guiné-Bissau e em Timor-Leste, o trabalho será sobretudo na área da antropologia e etnomusicologia, “de pesquisa na recolha de sonoridades musicais no terreno, com gravações de campo”.

No âmbito deste projeto, que durará três anos, está prevista a edição de 11 coletâneas discográficas, assim como a publicação de livros com letras e partituras de “compositores de relevância” e de trabalhos de investigação científica.

“Centrando-se prioritariamente na área da música, o projeto pretende promover o conhecimento e a valorização do património musical dos países participantes, nas mais variadas valências”, lê-se no comunicado.

A produtora explica que o foco estará centrado em acervos musicais produzidos no período entre 1945 e 1986 e que está prevista a sua digitalização, promoção e distribuição internacional.

O projeto Marimba irá ainda “incentivar a criação artística contemporânea de jovens músicos” daqueles quatro países e “criar empregos junto das jovens mulheres, historicamente arredadas da produção musical”.

Está prevista a criação de uma plataforma digital de divulgação do projeto, de uma empresa de agenciamento e distribuição (Marimba Booking), de um programa de investigação e classificação (Marimba Heritage) ou ainda de uma editora (Marimba Sounds) com sede em Moçambique.

O Marimba é apadrinhado por cinco ‘embaixadores’ culturais: Paulo Flores e Nástio Mosquito (Angola), Manecas Costa (Guiné-Bissau), Stewart Sukuma (Moçambique) e Etson Caminha (Timor-Leste).

O programa Procultura, para os países africanos de língua oficial portuguesa e para Timor-Leste é financiado pela União Europeia, cofinanciado e gerido pelo Camões, Instituto da Cooperação e da Língua, contando também com o cofinanciamento da Fundação Calouste Gulbenkian.

Tem como objetivo contribuir para a criação de emprego em atividades geradoras de rendimento na economia cultural e criativa nos PALOP e Timor-Leste.

As atividades apoiadas podem incluir a investigação artística, criação de novas produções ou obras artísticas, nomeadamente em regime de residências, programação de produções ou obras preexistentes, iniciativas de caráter formativo e de capacitação e ações específicas de envolvimento e desenvolvimento de públicos.

SS // TDI – Lusa/Fim

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