Português será integrado no sistema educativo francês como língua estrangeira

De acordo com o ministro da Educação, “o português passará a ser tratado como as línguas internacionais mais difundidas, como o inglês, o espanhol, o italiano”, facto que classificou como “muito importante”.

O ministro da Educação de Portugal disse hoje que o português passará, a partir do próximo ano lectivo, a integrar os currículos do sistema escolar francês como língua estrangeira.

Os ministros da Educação de Portugal e França, Tiago Brandão Rodrigues e Najat Vallaud-Belkacem, respectivamente, assinaram , em Paris, uma declaração política para reforçar a cooperação bilateral no domínio da língua.

“Com esta declaração, acima de tudo, conquistamos, por um lado, que o português possa ser ensinado em França como língua estrangeira viva, havendo a sua integração nos currículos do sistema escolar, isto é, em vez de ser uma língua supletiva, uma língua que complementava os currículos, a partir de agora, o português passa a fazer parte do sistema escolar, completamente integrado”, disse à agência Lusa Tiago Brandão Rodrigues, contactado a partir de Lisboa.

De acordo com o ministro da Educação, “o português passará a ser tratado como as línguas internacionais mais difundidas, como o inglês, o espanhol, o italiano”, facto que classificou como “muito importante”.

Segundo um comunicado do Ministério da Educação português, a França fará a substituição do “Ensino de Língua e Cultura de Origem (ELCO)” no sistema escolar por um novo dispositivo, o “Ensino Internacional de Línguas Estrangeiras (EILE)”, que começará a ser aplicado já no ano lectivo de 2016/17.

Por outro lado, disse Brandão Rodrigues, essa mudança também é importante para a comunidade portuguesa, que terá acesso ao português integrado nos currículos e “porque existirá uma continuidade ao longo de todo o sistema escolar” do ensino da língua portuguesa, tanto no ensino básico como no secundário.

Permitirá ainda, segundo o ministro, o aumento de alunos que não são de origem portuguesa nos cursos de português, pois também vão ter acesso à língua portuguesa ao longo em todo o sistema escolar em França.

“Portugal irá continuar a dar todos os recursos que dava até aqui para o ensino do português em território francês e a França passa a dar mais recursos importantes para a consolidação da língua portuguesa”, indicou o ministro.

Tiago Brandão Rodrigues sublinhou ser importante aprofundar a cooperação educativa e linguística em acordos futuros e manter um acompanhamento técnico regular do ensino do francês em Portugal e do português em França.

“Portugal é pioneiro nessa iniciativa do Governo francês, que quer alargar esse compromisso com outras línguas”, disse ainda.

Essa declaração política, afirmou o Brandão Rodrigues, “acontece também essencialmente num quadro dos laços de amizade que existe bilateralmente, como se viu também nesses últimos tempos pelas visitas mútuas que aconteceram a ambos os países”. .

“Acima de tudo é importante entender que o francês e o português apresentam-se como línguas com dimensões internacionais, como línguas de trabalho de organizações internacionais, mas também línguas da ciência, línguas de culturas, línguas de comunicação”, afirmou. Ler o artigo completo

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