Os nomes gentílicos (nomes que exprimam “proveniência” ou “naturalidade”) são uma dor de cabeça para aqueles que pretendem utilizar a língua portuguesa com rigor.
Assim, quando viajamos para Castelo Branco, encontramos os albicastrenses, mas se formos para Abrantes, temos os abrantinos. De Alcobaça, são os alcobacenses e de Famalicão os famalicenses. Em Penafiel, podemos conhecer os penafidelenses e em Barcelos os barcelenses. Aos naturais de Bragança chamamos bragantinos e aos de Chaves, flavienses. Os provenientes de Guimarães designam-se por vimaranenses, os de Évora, eborenses e os de Lagos lacobrigenses. Os habitantes de Vila Viçosa chamam-se calipolenses, os de Vila Nova de Mil Fontes, milfontenses e os de Freixo de Espada à Cinta, frexenistas.
Se viajarmos para as ilhas, as pessoas do Pico designam-se por picuenses e as de Ponta Delgada, ponta-delgadenses.
Alguns gentílicos referentes às pessoas de outros países também levantam problemas. Por exemplo, os naturais do Azerbaijão designam-se por azerbaijaneses, os das Ilhas Fidji, fijianos (e não “fidjianos”). Os habitantes da Nicarágua são os nicaraguanos, os de S. Tomé, são-tomenses.
Quanto aos naturais da Guiné, temos guineenses e guinéus como gentílicos possíveis para as Guinés.
Contudo, o Grande Dicionário da Língua Portuguesa da Porto Editora tem duas entradas mais específicas. Regista as palavras guinéu-equatoriano como «natural ou habitante da Guiné Equatorial» e guineano como «natural ou habitante da Guiné». É de supor que se trata da Guiné-Conacri, pois este nem sempre aparece escrito na sua forma plena.
Urge, ainda referir que os gentílicos se grafam-se com caixa baixa e, no caso dos compostos onomásticos, levam sempre hífen.