Paris, 16 jul (Lusa) – A instituição que promove a difusão do francês no mundo através da presença em 80 países, a Organização Internacional da Francofonia (OIF), também fala português graças a cinco países, que também integram a Comunidade dos Países de Língua Portuguesa.
Moçambique é um país observador da OIF, enquanto Cabo Verde, Guiné-Bissau, Guiné Equatorial e São Tomé e Príncipe são Estados-membros, mesmo que apenas a Guiné Equatorial tenha o francês como língua oficial, ao lado do castelhano e do português.
Imma Tor Faus, diretora do departamento “Língua Francesa, Cultura e Diversidade” na OIF, explicou à Lusa que os países afrolusófonos têm várias vantagens em pertencer ao universo da Organização Internacional da Francofonia.
“Desde logo, a vantagem é pertencer a uma grande família, cuja voz pesa muito nas organizações internacionais, nomeadamente nas Nações Unidas e na União Africana. Por outro lado, a vantagem é fazer parte deste círculo de reflexão, deste círculo de influências e participar nos diferentes programas”, descreveu.
Imma Tor Faus sublinhou que “estes países trazem um toque de diversidade à OIF” e são acompanhados, como “a Guiné-Bissau, que é atualmente seguida de perto no contexto das dificuldades políticas que atravessa”.
“Há também uma participação na concertação francófona: a francofonia leva e entrega mensagens ao Conselho dos Direitos Humanos das Nações Unidas, por exemplo, e todos os países que a compõem contribuem para a elaboração destas mensagens”, continuou.
A responsável lembrou, ainda, que a CPLP e a OIF colaboram no âmbito dos encontros dos “Três Espaços Linguísticos”, uma cooperação que reúne Lusofonia, Francofonia e Hispanofonia desde 2001, também com a participação da Secretaria Geral Ibero-americana.
“Os responsáveis destas três organizações encontram-se de dois em dois anos no âmbito de uma cimeira e reagem em comum relativamente a áreas de ação e reflexão que podem ser comuns, nomeadamente a promoção da diversidade cultural e linguística”, explicou, exemplificando com as recomendações elaboradas para o Dia Internacional da Língua Materna, a 21 de fevereiro, e para o Dia Europeu das Línguas, a 26 de setembro.
A Guiné-Bissau foi o primeiro país lusófono a entrar na OIF em 1979, como Estado-membro, e estima-se que haja 275.000 francófonos no país, segundo dados do Observatório de Língua Francesa (OLF) de 2014.
Em 1989, foi a vez de entrar a Guiné Equatorial, com o estatuto de Estado-membro – muito antes da entrada na CPLP em 2006 – sendo o francês uma língua oficial, como o espanhol e o português, e contando 231.000 francófonos.
Cabo Verde entrou na OIF como Estado-membro em 1996, tendo-se estimado, em 2014, o número de francófonos em 55.000, segundo as contas do OLF.
A mesma fonte indica que em São Tomé e Príncipe há 41.000 francófonos, tendo o país aderido à OIF como Estado-membro em 1999.
Quanto a Moçambique, a adesão aconteceu em 2006, como país observador, estimando-se haver 81.000 francófonos.
Dentro das contas, mas fora da Organização Internacional da Francofonia – apesar de ser o país lusófono com mais francófonos – está Portugal com 2.423.000 pessoas que falam francês.
CAYB // VM – Lusa/Fim
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