Redação, 28 set (Lusa) – O filme “Comboio de sal e açúcar”, do realizador Licínio Azevedo, é o candidato de Moçambique a uma nomeação para o Óscar de melhor filme estrangeiro, revelou hoje a produtora Ukbar Filmes.
É a primeira vez que o país africano submete uma candidatura àquele prémio norte-americano de cinema.
“Comboio de sal e açúcar”, que se estreia nos cinemas portugueses na quinta-feira, é a adaptação do romance homónimo escrito por Licínio Azevedo, passado durante a guerra civil moçambicana e que narra a história de uma enfermeira que se apaixona por um militar numa viagem de comboio.
Descrito como um “épico moçambicano”, o filme é um trabalho conjunto da produtora portuguesa Ukbar Filmes e da moçambicana Ébano Multimédia, num país com escassa produção cinematográfica de ficção.
Nascido no Brasil em 1951 e radicado em Moçambique, Licínio de Azevedo está ligado ao cinema daquele país desde os anos 1970.
É autor de mais de 20 filmes, destacando-se “A colheita do diabo”, um dos primeiros filmes que rodou, em 1988, com ex-combatentes da Frelimo, e “Desobediência” (2002), rodado em vídeo com não-atores.
Licínio de Azevedo viveu em Portugal e na Guiné-Bissau, antes de chegar a Moçambique, onde trabalhou com Ruy Guerra, Luís Carlos Patraquim, Jean Rouch e Jean Luc Godard.
A 90.ª cerimónia dos Óscares está marcada para 04 de março de 2018 em Los Angeles, Estados Unidos, mas o prazo de candidatura para o Óscar de melhor filme estrangeiro termina na próxima segunda-feira, 02 de outubro.
Os nomeados serão anunciados a 23 de janeiro.
Portugal candidata-se a uma nomeação com o filme “São Jorge”, de Marco Martins e protagonizado por Nuno Lopes.
O Brasil escolheu “Bingo: O rei das manhãs”, primeiro filme de ficção de Daniel Rezende, conhecido como montador de “Cidade de Deus” (para o qual obteve uma nomeação para os Óscares), de Fernando Meirelles, “Tropa de Elite 2”, de José Padilha, e “A árvore da vida”, de Terrence Mallick.
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