O projeto surgiu na sequência de uma ação de formação em Évora de “eTwinning”, que incentiva os professores a desenvolver projetos com outros países, e tomou forma graças ao Programa Comenius, da Comissão Europeia.
“Este projeto nasceu da necessidade de os alunos espanhóis conhecerem a língua portuguesa”, justificou Isabel Tejada, diretora da Escola Manuel Pacheco, em Badajoz.
Esta escola primária espanhola tem aulas de português como língua estrangeira há vários anos, fruto da consciência da necessidade de desenvolver outros idiomas para melhorar as perspetivas profissionais, vincou.
Ao projeto juntaram-se também a Grundschule Neues Tor, em Berlim, onde as aulas são dadas em português e alemão, o Collège Constant Chlore, na Guiana Francesa, o Centro Educativo Alice Nabeiro, de Campo Maior, e a Wyvil Primary School, em Londres.
Esta última destaca-se por perto de metade dos 500 alunos terem origens lusófonas, pelo que a língua e cultura portuguesas tentam ser incorporadas no ensino e atividades escolares.
Anfitriã dos professores dos estabelecimentos parceiros em visita à capital britânica, , a docente Salomé Campos, há vários anos no Reino Unido, diz que este projeto é importante para “abrir a mente” às crianças.
“Apesar de termos tantas culturas e tantos países na escola, se não nasce da parte da escola e dos professores abrir-lhes as portas para verem que lá fora há outros países, há outras culturas, há outras maneiras de viver a vida, eles só pensam em Londres e Portugal”, lamentou, em declarações à agência Lusa.
Um dos temas tem sido partilhar conhecimento sobre celebrações como o Natal, “procurar semelhanças e diferenças e aplicar no dia a dia na escola”, disse Marco Guita, professor na Alemanha.
Rute Tenguenho, educadora no Centro Educativo Alice Nabeiro, conta que até crianças dos três aos seis anos ficam interessadas em aprender sobre as bandeiras, tradições e geografia dos outros países.
“Ao mesmo tempo temos muita coisa em comum, mas depois acabamos por fazer coisas muito diferentes uns dos outros”, afirmou.
Desde o início do projeto, em outubro de 2012, considerou também “enriquecedor” ver a forma como os professores lidam com as crianças nos diferentes países.
“Noto a diferença em relação a Portugal, como as crianças dominam varias línguas, o que não acontece lá, porque somos todos da mesma localidade, Campo Maior”, refere.
O projeto, que pode ser acompanhado no blogue Comenius Celebrações , está previsto terminar em setembro de 2014.
BM // VM – Lusa/Fim
Foto: Comenius celebrações