Instituto Politécnico de Macau lança revista científica em português

Macau, China, 28 jul (Lusa) – O Instituto Politécnico de Macau (IPM) anunciou hoje que vai lançar, no final do próximo ano, a revista “Orientes do Português”, uma publicação científica para responder às necessidades dos docentes de português no interior da China.

O diretor do Centro Pedagógico e Científico de Língua Portuguesa do IPM, Carlos Ascenso André, afirmou que a nova revista “é uma prenda para os professores de português que ensinam no interior do China” feita em Macau.

“Estes docentes tem consciência de que querem progredir na carreira académica e para isso é preciso fazer currículo e o currículo que mais conta é o das publicações”, disse na sessão de encerramento do 12.º congresso da Associação Internacional de Lusitanistas.

Estes professores “são muito jovens, não há tantas revistas como isso acessíveis e não há, no Oriente, revistas em português”, sublinhou Carlos André.

“A prenda hoje foi para os professores de português que ensinam na China. Criar uma revista em Macau disponível para eles publicarem é uma prenda que lhes estamos a dar”, disse.

A partir de setembro, poderá ter início o pedido de contribuições para a revista, que terá inicialmente uma periodicidade anual.

“Vou criar um conselho científico de pares anónimos para fazerem a arbitragem científica”, de 20 ou 30 pessoas, de “muita qualificação e de todo o mundo”.

“Queremos que esta publicação ganhe reconhecimento por parte da comunidade científica e queremos que seja indexada”, disse o responsável, sublinhando que para uma revista ser indexada “tem que ter qualidade assegurada”.

Carlos André afirmou que um dos objetivos é ver a nova publicação do IPM ser indexada na China.

“Gostavámos muito que fosse indexada na China”, sublinhoiu.

A publicação vai ter divulgação mundial, através de uma edição digital e em papel.

Carlos André anunciou também a realização de uma conferência sobre o Camilo Pessanha, em novembro, com três convidados vindos de Portugal.

Está já “garantida a presença de José Carlos Seabra Pereira, o maior especialista na área do simbolismo, movimento a que pertence o poeta”, disse.

A resposta “muito positiva e imediata” de todas as pessoas que ensinam literatura portuguesa nas instituições de ensino superior de Macau significa que a conferência será feita “com tudo o que de melhor há em Macau e que pode falar sobre Camilo Pessanha”, destacou.

Camilo Pessanha viveu parte da sua vida em Macau, onde morreu em 1926.

EJ//ISG – Lusa/Fim
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