Freixo de Espada à Cinta assinala centenário da morte do poeta Guerra Junqueiro

Freixo de Espada à Cinta, Bragança, 05 jul 2023 (Lusa) – O município de Freixo de Espada à Cinta homenageia na sexta-feira Guerra Junqueiro, no âmbito do centenário da morte do poeta e promove um encontro cultural entre países da lusofonia, disse hoje à Lusa o presidente da Câmara.

“Na data em que se assinala o centenário da sua morte [7 de julho de 1923], o município de Freixo de Espada à Cinta promove uma sessão solene de evocação do centenário da morte de Guerra Junqueiro, nome maior da sua época, que sempre ergueu a sua voz para defender os mais desafortunados, promoveu o interior através de políticas ativas e deu ao povo a sua maior arma: a educação”, explicou o presidente da câmara, Nuno Ferreira.

Durante as iniciativas programadas para a evocação do poeta será lançado um Postal Inteiro da República e apresentado o Prémio Literário Guerra Junqueiro Novos Talentos.

“Freixo de Espada à Cinta e Guerra Junqueiro estão unidos por laços que transcendem o tempo e que o concelho tem o dever cívico de honrar e preservar”, vincou o autarca socialista.

Durante a iniciativa haverá ainda a atribuição do Prémio Literário Guerra Junqueiro Lusofonia 2022 a três dos escritores laureados, Teolinda Gersão (Portugal), Luís Cardoso de Noronha (Timor-Leste) e Ana Paula Tavares (Angola).

“Inspirado no talento literário de Guerra Junqueiro foi criado o Prémio Literário Guerra Junqueiro Lusofonia, uma distinção que visa prestigiar o autor, e trabalhar cada vez mais em prol do desenvolvimento da literatura e da cultura, e cujo objetivo é divulgar a literatura lusófona, celebrando a lusofonia na sua pluralidade e autenticidade e promovendo, acima de tudo, a união lusófona”, vincou o autarca.

Vão ainda receber o prémio literário Guerra Junqueiro a escritora da Guiné Equatorial Ângela Nzumbi (2020) e Luís Carlos Patraquim, poeta moçambicano (2021), cuja entrega foi adiada devido à pandemia de covid-19.

Além dos escritores estarão também presentes várias entidades diplomáticas dos países da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), nomeadamente de Moçambique, Guiné-Bissau, Angola, Timor Leste, e ainda da Guiné Equatorial. A Secretária de Estado do Desenvolvimento Regional, Isabel Ferreira, também marcará presença.

“Guerra Junqueiro é um poeta do século XX que provoca, em pleno século XXI, encontros capazes de promover, através da literatura, uma instrução para a cidadania e para o desenvolvimento sustentável, e assim salienta a importância da liberdade de expressão e o poder da comunicação”, indicou a curadora do Prémio Literário Guerra Junqueiro Lusofonia, instituído em 2017, Avelina Ferraz.

Desde 2017, foram laureados os autores portugueses Manuel Alegre, Nuno Júdice, José Jorge Letria, Ana Luísa Amaral e Hélia Correia.

No âmbito da CPLP, receberam o prémio Olinda Beja, Jorge Carlos Fonseca, Dina Salústio, Vera Duarte, Abdulai Cila, Tony Tcheka, Ernesto Dabó, Calane da Silva, Lopito Feijó, entre outros.

A entrega do prémio tem sido feita nos diferentes países dos laureados, destacando-se, porém, a entrega a Xanana Gusmão em 2021, que decorreu nesta vila do Douro Superior.

Ungulani Ba Ka Khosa (Moçambique), Conceição Lima (São Tomé e Príncipe) e Ronaldo Correia de Brito (BR) são os laureados de 2022 que irão receber o Prémio no seu país natal, durante este ano.

Abílio Manuel Guerra Junqueiro foi alto funcionário administrativo, político, deputado, jornalista, escritor e poeta português. Foi o mais popular da sua época e o mais típico representante da chamada “Escola Nova”.

Nasceu em 15 de setembro de 1850, em Freixo de Espada à Cinta, e morreu em Lisboa a 07 de julho de 1923, com 72 anos.

Do legado do poeta e escritor ficam obras literárias como a “Velhice do Padre Eterno”, “Os Simples”, “Contos para a Infância”, “Oração ao Pão”, “Morte de D. João”, “A Lágrima”, entre outros.

O programa de sexta-feira encerra com o depósito de uma coroa de flores na estátua que presta homenagem ao poeta, em frente ao edifício de Câmara Municipal de Freixo de Espada à Cinta, seguido de conjunto de atividades culturais e de um concerto operático.

FYP // MAG – Lusa/fim

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