Luís Cardoso é o primeiro escritor timorense a ser finalista ao prémio de literatura em língua portuguesa
São Paulo, 18 nov 2021 (Lusa) – A lista dos 10 finalistas do prémio literário Oceanos 2021 conta, pela primeira vez, com um romance escrito por um autor timorense, devido à nomeação de Luís Cardoso pelo livro “O plantador de abóboras”, anunciou hoje a organização.
A lista do prémio que destaca anualmente obras de autores de língua portuguesa também conta com o autor moçambicano Mia Couto e o seu romance “O mapeador de ausências”, o livro de poesia “Inferno”, do português Pedro Eiras, o romance “O osso do meio”, do também português Gonçalo M. Tavares, “O avesso da pele”, do brasileiro Jeferson Tenório, e a “A tensão superficial do tempo”, do também brasileiro Cristovão Tezza.
A lista de finalistas é completada por quatro nomes do Brasil: o romance “Fé no inferno”, de Santiago Nazarian, “Maria Altamira”, de Maria José Silveira, “O ausente”, de Edimilson de Almeida Pereira, e a obra de contos “Pessoas promíscuas de águas e pedras”, de Thais Lancman.
Os jornalistas e críticos literários Manuel da Costa Pinto, do Brasil, e Isabel Lucas, de Portugal, apresentaram as obras selecionadas e seus autores num ‘podcast’ do Oceanos 2021, divulgado hoje nas plataformas Spotify e YouTube.
“É muito gratificante para o Itaú Cultural estar ao lado do Oceanos nesses seis anos, garantindo a continuidade do projeto, e aprimorando a sua governança e ferramentas tecnológicas. Com essa parceria pudemos verificar que, a cada edição, os resultados demonstram a ampliação de alcance do prémio”, observou o diretor do Itaú Cultural, Eduardo Saron, em comunicado.
“Em tempos de pandemia e isolamento físico, que dificultariam os trabalhos de seleção dos livros, se não tivéssemos apoio tecnológico, vemos uma obra de Timor-Leste, país indicado pela primeira vez, e outras duas que tiveram edição em mais de um país de língua portuguesa, além de uma diversidade de títulos, sinalizando a força da literatura escrita neste idioma que nos une”, completou.
O Oceanos tem coordenação geral da gestora cultural Selma Caetano, curadoria para os países africanos de língua portuguesa de Matilde Santos, curadora da Biblioteca Nacional de Cabo Verde; Manuel da Costa Pinto, para o Brasil, e de Isabel Lucas, para Portugal.
Na primeira etapa, um júri inicial, composto por 95 professores de literatura, críticos literários, escritores e poetas, leu e avaliou os 1.835 livros inscritos, publicados em dez países, para escolher os semifinalistas.
Desse conjunto de 54 livros foram escolhidos os dez finalistas, que serão lidos e avaliados para eleição dos três vencedores do prémio, em dezembro.
Participam no júri final a angolana Ana Paula Tavares, os brasileiros Itamar Vieira Junior, Julián Fuks, Maria Esther Maciel e Veronica Stigger, e os portugueses António Guerreiro e Golgona Anghel.
O valor total do prémio é de 250 mil reais (39,7 mil euros), sendo 120 mil reais (19 mil euros) para o primeiro colocado, 80 mil reais (12,7 mil euros) para o segundo e 50 mil reais (7,9 mil euros) para o terceiro.
O Oceanos conta com apoio da Secretaria Especial da Cultura do Ministério do Turismo do Brasil, do Banco Itaú, do Instituto Cultural Vale, da Direção-Geral do Livro, dos Arquivos e das Bibliotecas de Portugal, do Ministério da Cultura e das Indústrias Criativas de Cabo Verde, bem como com apoio institucional da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa, para além do apoio e governança do Itaú Cultural.
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