É João de Melo que o diz, representante daqueles que, em Cabo Verde, participam no VI Encontro de Escritores de Língua Portuguesa
Passava a procissão do Santo Nome de Jesus, na Cidade Velha, Ribeira Grande Santiago. O primeiro andor seguia nos braços de um grupo que recitava Ave Maria em voz alta. Aqueles que transportavam o andor seguinte passavam numa mesma reza cantada.
“Santo Nome de Jesus? Nos Açores usa-se a expressão: Credo em cruz, Santo Nome de Jesus”, diz o escritor João de Melo, de São Miguel, na mesma carrinha que transportava neste domingo Luís Cardoso, timorense, o brasileiro João Paulo Cuenca ou a são-tomense Goretti Pina.
A cidade que viu Darwin e o Padre António Vieira
Francisco, o guia, de camisa, blazer, e boina com o rosto de Che Guevara na cabeça, rodeado pelos portugueses Miguel Real e José Fanha, ou o moçambicano Luís Carlos Patraquim, lançava: “Sei que tenho muitos historiadores à volta, mas não tenho medo.”
A escritora e a curandeira do Príncipe
Ainda à margem do encontro que, depois daqueles que ocorreram em Natal, Brasil, e Luanda, Angola, é dedicado ao tema da diáspora, insularidade e poesia, a escritora são-tomense a viver desde 2010 em Portugal, Goretti Pina, falava da sua ilha do Príncipe.
A quem não o conhecia, explicava o Auto de Floripes, longa peça tradicional de teatro são-tomense, que todos os anos, em agosto, toma lugar na rua levando locais, imigrantes e turistas a Santo António. A peça está, aliás, no centro de Na dia Son Leenço – O Encanto do Auto de Floripes, da escritora do Príncipe.
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