Lisboa, 02 fev (Lusa) – São Tomé e Príncipe subiu 16 posições no Índice de Liberdade Económica 2016 enquanto Moçambique caiu 14, num ‘ranking’ que engloba 178 países e territórios elaborado anualmente pela Heritage Foundation e pelo The Wall Street Journal.
Estas foram as maiores mudanças em relação a 2014 registadas no índice do ano passado no que toca aos países e territórios de expressão portuguesa, sendo que Macau tem a melhor prestação e Timor-Leste está no final da tabela.
De acordo com este índice, que é elaborado anualmente pela Heritage Foundation e pelo The Wall Street Journal, São Tomé e Príncipe passou a ocupar o 120.º lugar e Moçambique o 139.º.
A fundação norte-americana indica que Moçambique só registou melhorias em dois dos dez indicadores utilizados para o cálculo do índice, e que, apesar do “crescimento de cerca de 7% ao ano nos últimos cinco anos, impulsionado por projetos de grande escala de investimento estrangeiro e relativa estabilidade macroeconómica”, esta expansão “não se traduziu em redução de pobreza”.
Macau conquistou a melhor colocação entre os territórios lusófonos – o português, a par do chinês, é língua oficial em Macau –, posicionando-se no 37.º lugar, uma queda de três posições em relação ao ano passado.
A Região Administrativa Especial chinesa faz, assim, parte do grupo de países e territórios “maioritariamente livres”, a terceira de cinco categorias.
Cabo Verde foi o país lusófono com melhor prestação, posicionando-se no 57.º lugar, na categoria de nações “moderadamente livres”, o que representa uma subida de três lugares em relação a 2015.
Portugal mantém-se na 64.ª posição, graças a “reformas estruturais”, como a redução do setor público e o regresso aos mercados, segundo a Heritage Foundation.
São Tomé e Príncipe, apesar da subida de 16 lugares, mantém-se na categoria de países “maioritariamente não livres”, ocupando o 120.º lugar.
“As fortes exportações de cacau, o aumento do investimento estrangeiro direto e projetos de infraestruturas financiados por doadores impulsionaram a expansão da economia da pequena ilha nos últimos anos. No entanto, o ritmo da redução da pobreza tem sido lento”, justifica a fundação.
O Brasil piorou a sua prestação, descendo quatro lugares, para a 122.ª posição, com a Heritage Foundation a afirmar que “o legado de décadas de planeamento centralizado e a intromissão do Estado nas atividades económicas continuam, até quando se demonstrou que falharam, e o fraco Estado de Direito dificulta ainda mais o progresso económico”.
A Guiné-Bissau manteve-se no 145.º lugar, acima de Angola, que apesar de ter subido duas posições em relação a 2015, coloca-se em 156.º no ‘ranking’ mundial da liberdade económica, já na categoria das economias “reprimidas”.
Timor-Leste conquistou o pior lugar entre os países lusófonos, mantendo, no entanto, a mesma posição do ano passado (167).
A fundação alerta para a dependência do petróleo, que “coloca em questão a sustentabilidade da economia”, e sublinha que “políticas que promovam a liberdade económica são necessárias em todos os níveis para ajudar no desenvolvimento” de Timor-Leste.
Por fim, no conjunto das nações da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa, a Guiné Equatorial regista a pior prestação, ficando no 170.º lugar, na cauda mundial, na categoria de economias “reprimidas”, de onde constam também a Coreia do Norte (no lugar 178.º), Cuba, Venezuela, Eritreia e Zimbabué.
O índice de Liberdade Económica de 2016 coloca nas primeiras posições Hong Kong, Singapura e Nova Zelândia.
O indicador analisa a evolução de 178 economias nacionais que classifica em função de dez variáveis englobadas em quatro grupos: Estado de Direito, dimensão do Governo, eficiência ao nível da regulação e criação de novos negócios.