“É importante que todos os esforços sejam coordenados de uma forma racional para que tenhamos mais facilidade nas empreitadas, que muitas vezes acabam sendo desperdiçadas”, afirmou Vargens à Lusa, após enumerar uma série de iniciativas ligadas ao ensino do português em nações árabes que se perderam nos últimos anos.
“A cadeira de ensino de língua portuguesa na Universidade de Damasco, na Síria, que ajudei a fundar, existe apenas na teoria, já que depois que uma minha ex-aluna cumpriu o seu prazo, ninguém mais quis ir para lá”, lamenta o tradutor e professor universitário, que dedicou sua vida à aprendizagem da língua árabe.
Outra iniciativa perdida aconteceu em Marrocos, onde o professor criou uma coluna semanal de opinião, publicada em português, num jornal marroquino de expressão francesa.
“Quem escrevia, além de mim, eram alunos bolsistas de língua portuguesa, inclusive angolanos, moçambicanos e guineenses, e também meus alunos [árabes] que ficavam felicíssimos de verem seus textos no jornal e em português”, relembra o professor, ao contar que a iniciativa não teve continuidade depois de deixar de viver em Marrocos.
A falta de informação entre o mundo ocidental e o mundo árabe também é um problema que preocupa o especialista, para quem as nações ocidentais precisam tratar com mais “sensibilidade” os temas árabes.
“O Ocidente tem de ter mais sensibilidade para tratar da causa árabe. Não podemos impor que os governos árabes tenham a mesma cultura política do Ocidente, eles têm outras formas de escolha”, defende Vargens. Ler o artigo completo (Ionline)
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