Abidjan, 06 jul 2023 (Lusa) – A aplicação da plataforma de investimento Compacto Lusófono a países como o Senegal, o Gana, a Costa do Marfim e até a África do Sul, está em análise, disse hoje à Lusa o ministro dos Negócios Estrangeiros.
A questão foi abordada por João Gomes Cravinho numa visita ao Banco Africano de Desenvolvimento (BAD), onde foi tema em destaque a implementação desta iniciativa, lançada por Portugal em parceria com o BAD e destinada a acelerar o crescimento do setor privado e o desenvolvimento de infraestruturas nos seis Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa (PALOP).
“Nós estamos interessados, por um lado, em estender a vigência temporal, mas, por outro lado, também alargar a sua aplicabilidade para países como o Senegal, Costa do Marfim e Gana, e mesmo possivelmente a África do Sul, que são países onde há interesses também para a relação entre a cooperação e o empresariado português”, disse o chefe de diplomacia portuguesa em declarações à Lusa, por telefone.
Na reunião, que decorreu na quarta-feira no âmbito da visita oficial do ministro à Costa do Marfim, o BAD manifestou estar “muito satisfeito” com esta iniciativa, que é “um instrumento de alguma forma inovador e com muito potencial”, sublinhou.
O alargamento da vigência do Compacto Lusófono, por mais cinco ou até 10 anos, já tinha sido anunciada em declarações à Lusa, em maio, pela presidente do seu comité diretor, Moono Mupotola.
Esta responsável revelou também, na altura, que estava a ser analisada a entrada neste parceria do Brasil, da Organização das Nações Unidas para o Desenvolvimento Industrial (UNIDO), a agência especializada da ONU para promover e acelerar o desenvolvimento industrial sustentável e inclusivo, do Banco Europeu de Investimento e da Agência Africana de Garantia do Comércio, com interesse em ajudar o setor privado a garantir as exportações.
A parceria foi aprovada para cinco anos, de 2018 a 2023, e em dezembro chegaria ao fim, mas a orientação do comité diretor foi que gostaria de vê-lo continuar por 10 anos, e houve um acordo de princípio por parte do Governo de Portugal para continuar a apoiar, com a garantia financeira de 400 milhões de euros para investimentos nos PALOP, segundo a mesma responsável.
Atualmente estão em desenvolvimento no âmbito desta iniciativa projetos de investimento de cerca de 7,5 mil milhões de dólares (6,97 mil milhões de euros), em várias fases de implementação, nos seis países, ou seja Angola, Moçambique, Cabo Verde, Guiné-Bissau, São Tomé e Príncipe e Guiné Equatorial, segundo o BAD.
Assinado em novembro de 2018, o Compacto Lusófono é uma plataforma de investimento e uma parceria entre oito partes, comprometendo-as a contribuírem para acelerar o crescimento do setor privado e o desenvolvimento de infraestruturas nos países africanos de língua oficial portuguesa.
João Gomes Cravinho termina hoje no Burkina Faso uma visita que o levou a três países da África Ocidental, que começou no Gana, seguiu na Costa do Marfim e termina hoje no Burkina Faso.
As relações bilaterais e as questões de segurança e defesa, bem como a reabertura da embaixada de Portugal em Abidjan, mais de 20 anos após o seu encerramento, marcaram a agenda de trabalho.
ANP // VM – Lusa/Fim
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Compacto Lusófono para os PALOP analisa entrada do Brasil e outros parceiros