O artista, sublinhando com satisfação, que na França é chamado por “monsieur Bonga, le compositor-interprete”, lamentou que em outros países, que não citou, ainda é tratado “com um certo preconceito” de forma pejorativa de “o animador, o folclorista”.
No seu discurso de agradecimento, o cantor, com mais de 40 anos de carreira a maior parte dela passada em Portugal, agradeceu as autoridades francesas pelo reconhecimento e lamentou que do Governo português ainda não tenha merecido a mesma atenção.
“Eu quero dizer que vivendo em Portugal, sem desprimor com certos portugueses com quem a gente convive, e é normal, mas é a França que abriu a porta”, manifestou o cantor
“O meu agradecimento às autoridades francesas, na pessoa do senhor embaixador. Quero dizer que vou continuar a divulgar com coerência, com força, a música daqui, a nossa terra e cada vez que faço um espetáculo é mais um golo para Angola e vocês têm consciência disso que eu sei, derivado da cumplicidade que existe”, acrescentou.
Autor e intérprete de música tradicional angolana, Bonga atingiu o topo da carreira internacional na década de 1980, e tornou-se no primeiro artista africano a atuar a solo, e em dois dias consecutivos, no Coliseu dos Recreios.
O seu repertório musical inclui mais de 40 discos, cerca de 400 obras musicais, que inspiraram a compilação de poemas e foi banda sonora de vários filmes.
NME // EL – Lusa/Fim
Foto:
– O cantor angolano Barceló de Carvalho, mais conhecido por Bonga posa na sua casa em Lisboa a 9 de setembro de 1997. Nascido em 1942 na província do Bengo, já foi galardoado internacionalmente com vários prémios musicais, tendo recebido disco de ouro, platina e actuado em vários palcos do mundo. André Kosters / Lusa
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