Brasil e Portugal vão criar prémio internacional de literatura infantojuvenil

São Paulo, Brasil, 04 mai (Lusa) – Os governos do Brasil e Portugal vão criar o prémio literário Monteiro Lobato, dedicado a autores e ilustradores de língua portuguesa com obras para o público infantojuvenil, disse hoje em entrevista à Lusa o ministro da Cultura brasileiro.

Roberto Freire acrescentou que o acordo para a criação do galardão será assinado durante a X Reunião dos Ministros de Cultura da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), que decorre entre hoje e sexta-feira em Salvador, no Brasil.

“Vamos assinar o acordo sobre a criação do prémio Monteiro Lobato em Salvador. Este prémio terá os mesmos moldes do Camões”, disse o ministro brasileiro.

O prémio, a atribuir anualmente, terá duas categorias, autor e ilustrador, com a primeira edição prevista para 2018.

Poderão participar autores de todos os países da CPLP.

Segundo Roberto Freire, o prémio tem uma componente monetária, em que o valor será acordado pelos governos dos dois países responsáveis pela iniciativa.

O ministro brasileiro adiantou que o Prémio Monteiro Lobato terá um significado importante porque os autores infantojuvenis têm um papel fundamental na difusão do hábito da leitura.

“Você só tem um povo com maior leitura se isto [hábito de ler] começar na infância. Para termos povos que leiam mais as nossas literaturas [de autores de língua portuguesa] nada melhor do que dar destaque para a literatura infantojuvenil. Temos que premiar muito”, defendeu.

Relativamente à reunião dos ministros da Cultura da CPLP, Roberto Freire salientou que os representantes dos oito Estados membros vão analisar as iniciativas já executadas e fazer uma revisão do Plano Estratégico de Cooperação Cultural Multilateral da organização lusófona.

Na avaliação de Roberto Freire é preciso rever algumas metas estabelecidas no último encontro dos ministros da Cultura, realizado em Maputo, Moçambique.

“Algumas das metas que foram definidas eram muito audaciosas. Agora precisamos fazer uma análise para começar a definir alguns objetivos mais factíveis porque a CPLP é uma comunidade que tem condições de dar uma importante contribuição, já que o português é a quarta língua mais falada no mundo”, frisou.

Sobre esta revisão o ministro brasileiro destacou a necessidade de “olhar com mais atenção para os países da CPLP que precisam de maior apoio para consolidar a língua portuguesa como a língua falada pela população. Estou falando do Timor-Leste, em especial, e também na Guiné Equatorial. Isto tem que ser talvez a grande prioridade. A afirmação da língua portuguesa”.

Durante os trabalhos vão ser apresentados os resultados do CPLP Audiovisual, um programa que contou com um investimento total de 10 milhões de reais (2,9 milhões de euros).

O projeto resultou na produção de nove documentários de 52 minutos, cada um produzido por um dos nove países da CPLP, além de quatro produções audiovisuais.

Haverá ainda a apresentação aos Estados membros da CPLP de um projeto do Governo brasileiro que prevê a criação de uma instância formal responsável por coordenar políticas públicas dirigidas para a proteção, salvaguarda e promoção do património cultural, material e imaterial, dos países lusófonos.

Se a proposta for aprovada, os países devem definir edificações que podem ser reconhecidas como “património cultural” comum aos países de língua portuguesa.

O encontro entre os ministros da Cultura dos países membros da CPLP em Salvador acontece seis meses depois do Brasil ter assumido a presidência rotativa da organização para o biénio 2016-2018.

A CPLP foi criada em 1996 e integra Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Guiné Equatorial, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste.

CYR // EL – Lusa/Fim
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