Acentuação (AO)

Com a nova grafia, há acentos gráficos que desaparecem, nomeadamente os das palavras graves, ou seja, cujo acento tónico recai na penúltima sílaba, e que eram acentuadas graficamente para serem distinguidas das suas homógrafas (palavras com a mesma grafia, mas com pronúncia e significados diferentes).

Assim, a forma verbal ‘para’ deixa de ter acento gráfico, embora conserve a vogal inicial aberta e passa a ser o contexto a distingui-la da preposição simples ‘para’.

Ora, regra geral, as palavras portuguesas são graves e, por isso, não necessitam de acento gráfico. Antes do novo acordo, acentuavam-se quase todas as que tinham uma correspondente homógrafa, de modo a serem distinguidas. Agora é apenas o contexto que as distingue (Pela os tomates para o refogado! / costumo jogar à pela / ele seguia pela via mais rápida; Pelo das costas, se apanhar um escaldão / O pelo do meu cão é brilhante / Vou pelo atalho). Daí que, por exemplo, a palavra ‘peras’ no plural nunca tenha tido acento gráfico, contrariamente ao singular, devido à existência do arcaísmo ‘pera’.

Não dramatizemos, pois o cérebro humano tem a capacidade de distinguir o significado das palavras no seu contexto e sabemos, mesmo antes do novo acordo ortográfico, que para fazer um molho delicioso, devemos comprar um molho de salsa.

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