São Tomé, 22 fev (Lusa) – A diretora executiva do Instituto Internacional da Língua Portuguesa (IILP) disse hoje que o Acordo Ortográfico “não está perdido” apesar da contestação por uma franja de portugueses e não ter sido ratificado por Angola e Moçambique.
“O acordo foi ratificado pela maior parte dos países, falta neste momento a ratificação por Angola e falta a ratificação por Moçambique. Mas em Moçambique o documento passou no conselho de ministros e neste momento está para ser homologado pelo parlamento”, explicou Marisa Mendonça no final de uma audiência hoje com o ministro dos Negócios Estrangeiros e Comunidades de São Tomé e Príncipe, Urbino Botelho.
“Eu não vejo que o Acordo esteja perdido. A informação que eu tenho por via das comissões nacionais de todos os Estados membros da CPLP [Comunidade de Países de Língua Portuguesa] é de que o Acordo está a vigorar na maior parte dos países que o ratificaram”, acrescentou a diretora do IILP que efetua uma visita de cinco dias a São Tomé e Príncipe.
Defende, contudo, que a sua aplicação não pode ser ao mesmo ritmo dos diferentes países, porque, defendeu, “não temos os mesmos ritmos para absolutamente nada”.
“Nós temos recursos diferentes, temos metas diferentes, nós temos propósitos diferentes, mas o Acordo está sendo implementado”, sublinhou.
Marisa Mendonça está na capital são-tomense para conversar com as autoridades locais para “ver se São Tomé se inclua ativamente em projetos como o vocabulário ortográfico comum da língua portuguesa”.
“O produto são-tomense está praticamente concluído, pensamos que dentro de poucos meses ele ganhará forma que possa ser incluído na plataforma VOC (Vocabulário Ortográfico Comum da língua portuguesa) “, disse Marisa Mendonça.
O ILLP projeta nesse âmbito organizar ainda este ano uma formação que permita aos professores são-tomenses produzir aulas para o ensino da língua portuguesa, que serão colocadas numa plataforma do IILP denominada Portal do Professor de Português – Língua Estrangeira.
“Isto é um valor acrescido por São Tomé, para além de poder usar as aulas e os materiais nos outros Estados membros terá os seus próprios materiais”, explicou a diretora do IILP.