2ª Conferência Internacional das Línguas Portuguesa e Espanhola

A Ibero-América abriga duas línguas de origem comum, o espanhol e o português, com ampla projeção internacional e diferenciação, que juntos formam uma comunidade linguística de cerca de 850 milhões de falantes espalhados por quatro continentes, com uma presença especial na América, África e Europa. De acordo com as estimativas demográficas das Nações Unidas, o espanhol e o português atingirão 1,2 bilhões de falantes em meados do século 21.

Na Agenda 2030, aprovada pelas Nações Unidas como um plano de ação universal para o desenvolvimento sustentável e a dignidade humana, as línguas estão presentes na dimensão educativa e cultural, constituindo um fator humano importante para alcançar uma educação inclusiva, equitativa, ao longo da vida, bem como para o desenvolvimento científico e a valorização da diversidade cultural, sendo necessário promover seu uso numa perspectiva intercultural. Assim, além da dimensão demográfica, é importante consolidar a cooperação entre as duas línguas, com base na coesão social, qualidade democrática, potencial econômico e desenvolvimento sustentável.O Programa Ibero-Americano de Difusão da Língua Portuguesa da OEI prevê a realização bienal da Conferência Internacional das Línguas Portuguesa e Espanhola (CILPE), com o objetivo de contribuir para a reflexão sobre estratégias para as duas línguas, reunindo parceiros, seja governamentais, entidades públicas e privadas (instituições de ensino superior, redes e associações). Além disso, as duas línguas estão em contato com outras línguas locais, muitas delas com expressão na educação e cultura, o que representa uma enorme riqueza comum.

A OEI, em parceria com o Ministério das Relações Exteriores do Brasil, país anfitrião, organizará a 2ª Conferência Internacional das Línguas Portuguesa e Espanhola nos dias 16, 17 e 18 de fevereiro em BrasíliaIntegram ainda a Comissão Organizadora a Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP), a Secretaria Geral Ibero-americana (SEGIB), o Instituto Internacional de Língua Portuguesa (IILP), o Camões, Instituto da Cooperação e da Língua. I.P e o Instituto Cervantes.

A CILPE 2022 tem como tema “Línguas, Cultura, Ciência e Inovacão” e desenvolve-se de acordo com 3 Eixos. Consulte a Nota Conceitual aqui.

EIXO 1 – POR UMA CIÊNCIA PLURILINGUE

Coordenador: Gilvan Muller Oliveira (UFSC, Brasil)

Cerca de 65 línguas – aproximadamente 1% das línguas do mundo – são usadas nos sistemas de ensino superior, uma das principais fontes de produção científica. As diferentes tradições científicas atuais, desenvolvidas ao longo da história, contribuem para a diversidade epistemológica e discursiva, e cada uma estabelece um diálogo entre a produção científica e as necessidades das sociedades históricas concretas. Cada língua é, assim, uma ponte entre os centros produtores de ciência e as sociedades em que se inserem.

Como o português e o espanhol se situam no complexo panorama da produção científica atual e que perigos e desafios se apresentam nesta encruzilhada entre o mono- e o multilinguismo científico? Que perspectivas esta situação nos deixa antever e  que tipos de planejamento seriam possíveis ou recomendáveis para a produção científica em benefício dos povos falantes de português e espanhol ?

EIXO 2 – LÍNGUAS, TECNOLOGIA E INOVAÇÃO

Coordenador: António Branco (ULisboa, Portugal)

Ao longo da história, as línguas sofreram choques tecnológicos (por exemplo, o advento da escrita, a prensa mecânica, etc.) com impactos decisivos em sua evolução. Com a era digital, as línguas enfrentam agora um novo choque de alcance sem precedentes que, como nos choques anteriores, terá efeitos assimétricos sobre as condições de promoção e sobrevivência de cada uma das cerca de 7000 línguas do planeta, dependendo de suas diferentes circunstâncias. Com uma projeção global e uma origem comum, quais são as circunstâncias em que as línguas portuguesa e espanhola enfrentam esta revolução científica e tecnológica?

EIXO 3 – CULTURA, DIVERSIDADE E INOVAÇÃO 

Coordenador: Andrés Gribnicow (Consultor, Argentina)

Se assumirmos que, tanto na agenda global como regional,  a cultura ganhou uma renovada relevância discursiva e estratégica como fator de desenvolvimento, então é de fundamental importância criar um espaço de debate sobre “Cultura, diversidade e inovação”, para identificar os novos hábitos de criação, produção e participação cultural e assim repensar – da perspectiva da nossa diversidade lingüística – as noções tradicionais de comunidade, espaço público, participação e encontro, produção e participação cultural assim como a difusão de ferramentas ligadas às novas tecnologias que permitem a realização de projetos criativos graças à inovação como um componente que acrescenta valor às idéias.

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