Sal quer Cabo Verde no circuito internacional de festivais literários

Espargos, Cabo Verde (Lusa) – O presidente da câmara do Sal, Júlio Lopes, traçou hoje como objetivo a inserção de Cabo Verde no circuito internacional de eventos literários através do Festival Literatura-Mundo, que hoje começou na cidade de Espargos.

O festival, promovido pela autarquia salense com curadoria do escritor português José Luís Peixoto, arrancou hoje no Clube Asa, na cidade de Espargos, um espaço adjacente ao aeroporto do Sal, a principal porta de entrada da ilha mais turística de Cabo Verde.

Essencialmente um destino turístico de sol e praia, Júlio Lopes manifestou a ambição da autarquia de transformar a ilha numa referência turística internacional através de uma projeção através da cultura.

“O objetivo é que o festival se realize anualmente integrado na rede mundial de literatura”, enunciou Júlio Lopes, lembrando que a primeira edição revela “a grande ambição” do maior festival literário “alguma vez realizado em Cabo Verde”, quer pelo número recorde de meia centena de participantes, quer “pela ressonância internacional” da iniciativa.

O festival quer ainda descobrir e identificar literaturas de perfil “supranacional e mundial” e “inscrever o país no circuito dos festivais internacionais de literatura”.

julio_lopes01_18_02_2017gJúlio Lopes considera que esta edição do festival, que tem organização científica da editora Rosa de Porcelana, “é apenas o lançamento da primeira pedra para esse objetivo”.

Para o curador, José Luís Peixoto, a primeira edição do festival é sobretudo uma “oportunidade de olhar para a frente”, onde acredita, existe “uma paisagem imensa”.

O escritor manifestou, por isso, “profunda esperança que este movimento tenha ambição, cresça e chegue mais além” do que se consegue sonhar.

A sessão de abertura do festival foi presidida pelo chefe de Estado cabo-verdiano, Jorge Carlos Fonseca, que enalteceu a importância do evento na ligação entre escritores e leitores.

“É em espaços como este, festivais, feiras do livro, colóquios literários, que o leitor pode estar junto do escritor, falar com ele, escutá-lo lendo o seu próprio texto, numa comunhão que justifica, na verdade, o objeto último do livro. É no cérebro do leitor que se encontra a última imagem produzida pelas letras do escritor”, sustentou.

Jorge Carlos Fonseca participa no festival na dupla qualidade de chefe de Estado e escritor, cujo lançamento do seu primeiro romance “O Albergue Espanhol”, encerra as atividades do primeiro dia do festival.

Na sessão de abertura, houve ainda espaço para homenagens ao escritor português José Saramago e o poeta cabo-verdiano Corsino Fortes, evocados, respetivamente, pela presidente da Fundação José Saramago, Pilar del Rio, e pela presidente da Academia Cabo-Verdiana de Letras, Vera Duarte.

O festival Literatura-Mundo do Sal decorre até domingo, com atividades divididas entre as cidades de Espargos e Santa Maria.

CFF // EL – Lusa/Fim

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