Malabo, 18 dez (Lusa) – A Universidade Nacional da Guiné Equatorial (UNGE) e o Instituto Camões assinaram hoje um acordo, em Malabo para o ensino de português a nível universitário naquele país africano.
“O acordo é a concretização de uma das vontades do Governo Português, que através do Instituto Camões disponibiliza um vetor, um professor, para estar a trabalhar na UNGE conjuntamente para promover o ensino da língua através da universidade”, disse à Lusa o embaixador da Guiné Equatorial em Portugal, Tito Mba Ada.
Segundo o diplomata, numa primeira fase, será enviado uma docente para a Guiné Equatorial, onde trabalhará para “impulsionar a formação de professores”.
A professora ficará encarregue de assegurar o desenvolvimento de dois currículos de formação na área de “Estudos Portugueses”.
Para Tito Mba Ada, é difícil prever o número de professores que integrarão este projeto.
“Eu não tenho condição de dizer o número. O número será resultado do diagnóstico no terreno”, acrescentou.
O embaixador justificou a escolha do Instituto Camões para parceiro neste acordo.
“A planificação do currículo é um aspeto positivo que o Camões sabe fazer e vai trabalhar agora com a universidade”, referiu o Tito Mba Ada.
Ainda assim, o representante africano lembrou que o acordo é “concretamente” com o Camões e relativo ao ensino superior, assinalando que a Guiné Equatorial está a desenvolver outras parcerias.
“Temos também um acordo com a Universidade do Minho, que vai ser iniciado em pouco tempo, no âmbito de, além da formação universitária, apoiar no ensino da língua. Temos acordos também com a Universidade do Porto, formámos parte, agora, das universidades de educação à distância da CPLP, que vai ser também um instrumento poderoso para aumentar a língua”, referiu Tito Mba Ada.
Além disso, referiu o representante, o país tem outras iniciativas planificadas, não só a nível universitário, mas também “no âmbito social, administração pública, e também escolas, além das iniciativas privadas”
Numa nota enviada à Lusa, o gabinete do ministro dos Negócios Estrangeiros confirmou a assinatura de “um importante protocolo que marca o início da cooperação em matéria de promoção da língua portuguesa” na Guiné Equatorial.
Este país africano faz parte, desde 2014, da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), tendo-se comprometido a disseminar o uso do português e a abolir a pena de morte – algo que ainda não aconteceu, estando em vigor uma moratória.