Bafatá, Guiné-Bissau, 12 set (Lusa) – O Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC) iniciou hoje o que considera uma “atividade pioneira” com a universidade de verão em Bafatá, com o objetivo de analisar a situação do partido e do país.
“Escolhemos a realização da universidade de verão como uma forma de honrar Amílcar Cabral. 12 de setembro é a data natalícia de Amílcar Cabral e quisemos trazer à sua cidade natal esta iniciativa pioneira da organização desta universidade de verão”, afirmou o presidente do partido guineense, Domingos Simões Pereira.
Segundo Domingos Simões Pereira, os temas que vão ser abordados durante a universidade, que termina quinta-feira em Bafatá, no leste do país, são os que saíram da convenção nacional do partido, realizada em junho.
“O PAIGC sem complexos assume o exercício que fez durante a sua convenção, propõe uma abordagem diferente com base numa realidade diferente, de outros países, e vai levar ao seu próximo comité central uma análise em substância, comparando as várias leituras”, disse.
Em debate na universidade aberta vão estar temas como o fundamento da ideologia do PAIGC, análise crítica dos estatutos do partido, consolidação do Estado de direito, crescimento económico e redução da pobreza e corrupção.
Para os debater foram convidados vários especialistas internacionais, incluindo o senegalês Boucounta Djaló, que falará sobre consolidação do Estado de Direito, o professor da Universidade de Direito de Lisboa Eduardo Vera-Cruz Pinto e o economista guineense e antigo administrador do Banco Mundial Paulo Gomes.
“Pensamos que é isto o que um partido político deve fazer e não criar perturbações ao sistema, pôr em causa a escolha livre dos cidadãos, comprometer os cidadãos”, afirmou Domingos Simões Pereira.
Questionado sobre restrições ao programa por parte das autoridades, Domingos Simões Pereira afirmou que o “Governo está a ajudar o povo a compreender a verdadeira natureza do seu exercício”.
“No geral ainda bem que o povo está a acompanhar, a perceber, e tem condições de fazer as suas conclusões sobre a natureza do exercício de determinadas atividades que se apresentam aqui como soberanas”, concluiu.
Durante o mês de setembro, o PAIGC vai também realizar atividades em Gabu e assinalar o dia da independência da Guiné-Bissau, no dia 24, com uma romaria a Boé, onde em 1973 foi proclamado o novo Estado.