Dura 8 minutos a entrevista a Helena Ferro Gouveia, comentadora da CNN Portugal. Tanto basta para assistirmos ao uso de termos ou significados nitidamente induzidos pelo inglês.
Ouvimos ali PREEMPTIVO, uma criação lexical inglesa, com pouquíssima circulação entre nós. Diz a senhora que existe uma diferença entre PREEMPTIVO e PREVENTIVO, mas ela escapa-me. Falha minha, claro.
Depois, a comentadora fala em CRITICISMO, outra criação anglo-saxónica, que corresponde à nossa simples CRÍTICA.
Pura semântica inglesa é VOCAL (os críticos do Kremlin estariam a ser «muito vocais»), que pode ser traduzido por EXPLÍCITO.
Por fim, uma ousadia sintáctica na construção «alinhados com», ponto final! A nossa gramática não prevê o emprego dessa (ou doutra) preposição em final absoluto.
Agora, meus amigos, poupem-me a alaridos e ranger de dentes. A história do Português (e doutros idiomas que se prezam) mostra que uma parte destas novidades acabam integradas nos nossos usos, enquanto outra parte desaparece com notável facilidade.
Importante é que essas novidades sejam registadas, o que facilitará a vida aos linguistas do futuro. E vai uma homenagem a todos quantos, no passado, registaram o aparecimento deste ou daquele facto linguístico, sem se porem a largar ais e uis, que lá se vai a nossa língua pelo ralo abaixo. Não vai nada.
Fonte: Facebook