Novo líder de Macau quer mais cooperação entre empresas locais e lusófonas

Macau, China, 21 jan 2025 (Lusa) – O novo líder do Governo da região semiautónoma chinesa de Macau, Sam Hou Fai, defendeu hoje a necessidade de mais cooperação entre empresas locais e dos países de língua portuguesa.

Sam apelou a “aperfeiçoar os vários mecanismos de intercâmbio e cooperação” entre Macau e os mercados lusófonos, para “alavancar de forma abrangente o intercâmbio e cooperação ao nível do setor privado”.

O chefe do executivo de Macau falava durante um jantar com os diplomatas radicados no território e os delegados lusófonos junto do Fórum para a Cooperação Económica e Comercial entre a China e os Países de Língua Portuguesa.

Esta organização, conhecida como Fórum de Macau, foi estabelecida em 2003, o mesmo ano em que Pequim designou a cidade como plataforma para o reforço da cooperação económica e comercial entre a China e os países de língua portuguesa.

O Fórum de Macau tem como membros Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal, Timor-Leste, São Tomé e Príncipe (desde 2017) e Guiné Equatorial (desde 2022).

“Serão sempre calorosamente bem-vindas as delegações que cheguem dos vossos países para visitar Macau”, garantiu o líder do Governo.

Sam prometeu apoiar a deslocação de delegações lusófonas à China continental, incluindo à Zona de Cooperação Aprofundada entre Guangdong e Macau, na vizinha Hengqin (ilha da Montanha), e à Grande Baía Guangdong-Hong Kong–Macau.

A Grande Baía é um projeto de Pequim para criar uma metrópole mundial que integra Hong Kong, Macau e nove cidades da província de Guangdong, com 86 milhões de habitantes e uma economia superior a um bilião de euros em 2023.

Sam defendeu a necessidade de uma “cooperação pragmática (…) nas diversas áreas” e sublinhou a importância do novo plano de ação do Fórum de Macau até 2027.

Em abril, a organização realizou a sexta conferência ministerial, durante a qual foi aprovado um novo plano, concentrado em novas áreas de cooperação, como a economia digital e a economia azul.

Sam tomou posse em 20 de dezembro e, no primeiro discurso como chefe do executivo, prometeu “promover uma cooperação abrangente e mutuamente benéfica” com os países lusófonos e aproveitar “as vantagens especiais únicas” de Macau.

Na mesma cerimónia, o líder da China, Xi Jinping, disse ao novo Governo de Macau que a região deve “continuar a cooperar em todos os aspetos com os países de língua portuguesa”.

Xi sublinhou que Macau é “o único local do mundo que tem como línguas oficiais o português e o chinês” e defendeu que a cidade tem de aproveitar “a sua singularidade” para desempenhar “o papel de plataforma entre a China” e os países lusófonos.

Sam Hou Fai é o primeiro chefe do Governo de Macau que domina a língua portuguesa.

VQ // VM – Lusa/Fim

Novo Chefe do Executivo da Região Administrativa Especial de Macau (RAEM), Sam Hou Fai, na cerimónia de tomada de posse no Dome, no Cotai, Macau, China, a 20 de Dezembro de 2024. Xi Jinping encontra-se na cidade para uma visita de três dias, durante a qual tomará posse do Chefe do Executivo eleito, Sam Hou Fai, na sexta-feira, no 25º aniversário da criação da Região Administrativa Especial de Macau (RAEM). GONCALO LOBO PINHEIRO/LUSA
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