MNE timorense espera que próxima cimeira da CPLP reforce laços económicos

Díli, 03 jul (Lusa) – O ministro dos Negócios Estrangeiros timorense mostrou-se hoje esperançado que a cimeira da Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP), que decorre este mês em Cabo Verde, ajude a cimentar os laços económicos no espaço lusófono.

Na sua primeira entrevista alargada desde que tomou posse, Dionísio Babo, recordou que foi durante a presidência timorense da CPLP que se cimentou a vontade de aprofundar a agenda económica conjunta.

Por isso, explicou, o Presidente timorense, Francisco Guterres Lu-Olo – que lidera a delegação timorense à cimeira – vai reforçar o “compromisso de Timor-Leste” em ajudar, inclusive pela via económica, a “elevar o estatuto da CPLP no espaço internacional” enquanto se reforçam os laços entre os Estados-membros.

“Nós já temos aproveitado muito as relações no âmbito da CPLP, especialmente no intercâmbio da língua e cultura. Depois a economia começou a surgir como uma parte importante da CPLP, que Timor-Leste ajudou a iniciar e promover”, disse.

“Nesta cimeira o Presidente ira fazer mais compromissos em termos de fortalecer esses laços de amizade e de cooperação, principalmente na área da economia”, destacou o governante.

O chefe da diplomacia timorense relembrou que Timor-Leste está bem posicionado, com fortes relações na região, para ajudar a expandir as relações dos países da CPLP nesta área do mundo.

Um processo que pode, disse, ser multifacetado e envolver outros agentes.

No seu discurso de tomada de posse, o novo primeiro-ministro Taur Matan Ruak referiu-se à vontade de “privilegiar ainda os laços históricos, culturais e amizade, com os países membros da CPLP”.

Em termos internacionais, disse na altura, o objetivo é “promover uma cooperação bilateral e multilateral, potenciando parcerias culturais, económicas e comerciais, essenciais à captação de investimento e à capacitação das instituições e recursos humanos”.

A agenda internacional inclui ainda os esforços de adesão à Associação de Nações do Sudeste Asiático e a “formalização de uma candidatura à Commonwealth”.

Questionado em particular sobre este aspeto, Dionísio Babo refere o caso de Moçambique e os benefícios que este país obteve com a adesão à Commonwealth.

“O senhor primeiro-ministro avançou essa ideia de Timor-Leste, por estar nesta parte do mundo onde a economia está a progredir muito rapidamente e tem membros da Commonwealth”, disse.

A cooperação naquele espaço, destacou, é particularmente importante no setor económico, mas não tem qualquer impacto na questão da CPLP.

“Naturalmente [que] Timor-Leste faz parte [da CPLP] por razões históricas. Está enraizado (…). Timor faz parte disso e nunca sairá”, disse, relembrando, porém, que os restantes Estados-membros também fazem parte de organizações regionais.

ASP // JMC
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