Macau, China, 14 out 2025 (Lusa) – O líder da ilha de Hainão, no sul da China, disse hoje que quer ajudar os produtos lusófonos a entrar no mercado chinês, defendendo sinergias com Macau e os países de língua portuguesa.
O governador Liu Xiaoming apontou como meta “a construção de Hainão como núcleo entreposto para a entrada dos produtos dos países de língua portuguesa no interior da China”.
Liu falava durante uma visita às instalações do Fórum para a Cooperação Económica e Comercial entre a China e os Países de Língua Portuguesa, conhecido como Fórum de Macau.
Segundo o Fórum de Macau, o líder de Hainão pediu apoio à organização, também para ajudar as empresas da ilha “a aprofundar os conhecimentos sobre as regras dos mercados e os ambientes de investimento das nações lusófonas”.
De acordo com um comunicado, Liu defendeu a aposta em um “desenvolvimento sinérgico entre Hainão, Macau e os países de língua portuguesa” e lembrou que a ilha irá tornar-se um porto franco antes do fim do ano.
A partir de 18 de dezembro, os produtos importados que sejam processados em Hainão – com um valor acrescentado de pelo menos 30% – podem entrar na China continental sem pagar taxas alfandegárias.
Na segunda-feira, Liu Xiaoming tinha-se encontrado com o líder do Governo de Macau, Sam Hou Fai, o primeiro chefe do Executivo da região semiautónoma chinesa que domina a língua portuguesa.
De acordo com um comunicado do Governo de Macau, Sam defendeu que pode haver “complementaridade de vantagens” entre o porto franco de Hainão e a Zona de Cooperação Aprofundada entre Guangdong e Macau.
Esta zona económica especial, gerida conjuntamente pela província de Guangdong e por Macau, foi lançada por Pequim e 2021 e abrange cerca de 106 quilómetros quadrados em Hengqin (ilha da Montanha), adjacente a Macau.
A China estabeleceu Macau como plataforma para o reforço da cooperação económica e comercial com os países de língua portuguesa em 2003 e, nesse mesmo ano, criou o Fórum de Macau.
O organismo integra, além da China, os nove países de língua portuguesa: Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe, Timor-Leste e, desde 2022, Guiné Equatorial.
As exportações dos países de língua portuguesa para a China caíram 11,3%, para 86,6 mil milhões de dólares (74,9 mil milhões de euros) nos primeiros oito meses do ano, de acordo com dados oficiais.