Maputo, 02 dez (Lusa) – O presidente da Empresa Nacional de Hidrocarbonetos (ENH), o braço empresarial do Estado moçambicano nos projetos de hidrocarbonetos, Omar Mithá, considerou hoje que a produção de gás natural vai tornar o país num pólo energético de África.
Falando no encerramento da Mozambique Gas Summit, uma conferência internacional sobre gás natural que terminou hoje em Maputo, Mithá afirmou que as enormes reservas de gás natural que tem vindo a ser descobertas no país geram um potencial apto a suprir o défice energético na África Austral.
“O défice energético na África Austral está estimado em cerca de 50 mil megawatts e Moçambique vai jogar um papel importante na supressão desse défice, através da geração de energia elétrica a partir do gás natural”, afirmou o presidente da ENH.
A construção de infraestruturas de produção e transporte de gás, nomeadamente portos e gasodutos, prosseguiu Omar Mithá, também irá reforçar o papel de Moçambique como um centro logístico da África Austral.
“O setor do gás pode não estar a ser apetecível neste momento, mas, no médio prazo, a localização geoestratégico de Moçambique fará do seu gás natural um elemento muito importante”, considerou Mithá.
O presidente da ENH afirmou que espera que o consórcio liderado pela multinacional norte-americana Anadarko que detém a concessão da Área 1 da Bacia do Rovuma, norte de Moçambique, anuncie a decisão final de investimento ainda este ano, seguindo o exemplo do consórcio liderado pela multinacional italiana ENI.
A ENI comunicou ao Governo moçambicano a decisão de avançar com o investimento no desenvolvimento do projeto de produção de gás natural liquefeito na Área 4 da Bacia do Rovuma, aguardando pela posição dos seus parceiros, incluindo a portuguesa Galp.
Os consórcios da Anadarko e da ENI descobriram reservas de gás natural superiores a 80 de pés cúbicos nas áreas 1 e 4 da Bacia do Rovuma.