Festival Literário da Paraíba junta autores da lusofonia para “unir o que a história separou”

Brasília, 26 out 2025 (Lusa) – O 2.º Festival Literário Internacional da Paraíba (FliParaíba) vai reunir alguns dos maiores nomes da literatura lusófona, incluindo autores distinguidos com o Prémio Camões, num encontro que promete “unir o que a história separou”.

Dedicado ao tema “Nossa Terra, Nossa Gente – Ancestralidade, Identidade e o Futuro da Democracia”, o festival, que decorre este ano entre 27 e 29 de novembro, em João Pessoa, propõe uma reflexão sobre a língua como território comum e instrumento de criação coletiva, num diálogo entre tradição e futuro, oralidade e escrita, local e universal.

Em declarações à Lusa, o curador português José Manuel Diogo, radicado em São Paulo, Fundador do Instituto Cultural “Associação Portugal Brasil 200 anos”, explicou ter escolhido o tema porque este está patente na essência do seu trabalho: “Pensar a língua como um lugar de pertença e de criação coletiva — o que chamo de Cidadania da Língua”.

A missão passa por “fazer da palavra um espaço vivo de convivência entre tempos, culturas e geografias”, num festival que pretende ser “um organismo de escuta e como se fosse uma travessia entre o barro ancestral e o pensamento digital, entre o oral e o escrito, entre o local e o universal”, destacou

Ao todo, estão programadas oito mesas principais e duas conversas especiais sobre os mais variados temas, como “A Língua como Território de Cidadania”, “Vozes Ancestrais”, “Territórios Literários em Trânsito”, “O Corpo Político da Língua”, “Literatura em Travessia”, “Leitura, Edição e Democracia”.

Ao longo dos dias passarão pelo festival vários autores de diferentes regiões lusófonas entre o vencedor do Prémio Camões 2022, o brasileiro Silviano Santiago, e o Prémio Camões 2018, o cabo-verdiano Germano Almeida.

Destaca-se ainda a escritora e política guineense Odete Semedo, o escritor brasileiro Itamar Vieira Júnior, o ‘rapper’ MC Marechal e os autores portugueses Afonso Cruz e Inês Pedrosa.

“A lusofonia, com sua natureza mestiça, é o exemplo de que é possível transformar a diferença em diálogo e o passado em futuro”, considerou José Manuel Diogo

O escritor e produtor cultural português sublinhou ainda que é através da lusofonia que “a língua volta a cumprir o seu destino mais nobre: unir o que a história separou”.

MIM // MAG – Lusa/Fim

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