Entrada no Mercosul dispara interesse pela língua portuguesa na Venezuela

“Nos últimos anos tem-se visto que há um grande potencial, na Venezuela, do público venezuelano que não tem raízes portuguesas, em aprender a língua portuguesa. Cada vez há um maior interesse e isso tem-me sido manifestado através dos vários atores educativos aqui na Venezuela”, disse o novo leitor do Instituto Camões e coordenador do ensino do português na Venezuela.

Em declarações à agência Lusa, Rainer Sousa afirmou que as razões para esse crescente interesse prendem-se com “expectativas profissionais”, pois “aprender uma língua sempre abre portas no mercado laboral”, realidade acentuada com a entrada da Venezuela no Mercosul.

“Temos o Brasil aqui ao lado, é a maior economia latino-americana e há um grande interesse por conhecer a língua do vizinho e realmente aí entramos nós como professores e na coordenação do ensino do português”, disse.

O responsável do Camões lembrou ainda “a grande população lusodescendente na Venezuela, que é notável e que está representada em quase todos os âmbitos da vida venezuelana”.

Para Rainer Sousa, contribui também para esse crescente interesse pela aprendizagem da língua portuguesa o aprofundamento das relações económicas bilaterais entre Portugal e a Venezuela.

“Estes acordos que têm sido feitos entre os governos venezuelano e português têm levado Portugal à ribalta aqui na Venezuela. Muita gente já fala mais de Portugal, sabe que há tecnologia em Portugal que está a ser exportada para a Venezuela e há um interesse por conhecer também Portugal”, afirmou.

Em relação ao que pensa desenvolver como novo leitor do Instituto Camões e coordenador da língua portuguesa, destacou o objetivo de “oficializar o ensino do português na Venezuela através de projetos que o Instituto Camões tem nesse sentido”.

“Também começar a profissionalizar todas aquelas pessoas que na Venezuela dão aulas de português, que, com muito talento, com muita garra, têm ensinado português durante os últimos 10 a 15 anos e têm muita experiência acumulada mas não têm as devidas credenciais perante as autoridades educativas na Venezuela”, disse.

O instituto Camões quer ainda avançar com um curso de ensino do português como língua estrangeira e a divulgação e a promoção da língua portuguesa junto do público venezuelano em geral.

“[Queremos] começar a trabalhar numa rede de professores de língua portuguesa aqui na Venezuela, oficial. Então isso vai trazer grandes mudanças quanto ao ensino do português na Venezuela”, concluiu.

 

FPG // MLL – Lusa/Fim

Foto: LUSA. 1 de maio de 2013. EPA/MIGUEL GUTIÉRREZ

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