Lisboa, 3 de Janeiro de 2017 – O Dicionário Priberam da Língua Portuguesa manteve a sua tendência de consolidação como a referência de consulta online para todos os que têm dúvidas sobre a língua portuguesa, ao registar mais de 277.000 novos utilizadores ao longo do ano, para um total que excedeu os 25 milhões em 2016.
Brasil, Portugal e Angola, por esta ordem, ocupam os três primeiros lugares na liderança de acessos por países; mas já na proveniência por cidades, os mesmos lugares pertencem a Lisboa, São Paulo e Rio de Janeiro. A primeira cidade não pertencente a um país da CPLP é Macau (52.º lugar), seguida de Madrid (57.º lugar) e de Londres (58.º lugar).
Outra tendência registada em 2016 prende-se com a proveniência do tráfego em função do tipo de dispositivo: o acesso a partir de smartphones continua a aumentar tendo em 2016 crescido substancialmente (+23, 51%) face ao ano anterior, enquanto a percentagem de acessos a partir de desktops – mas também de tablets – desceu em igual proporção.
Palavras mais pesquisadas
Em Portugal, a palavra mais pesquisada em 2016 foi arrendatário, seguida de exangue e de resiliência. No Brasil, a palavra mais pesquisada foi gitana, seguida de resiliência e de saruê.
No cômputo geral, resiliência é a palavra mais pesquisada pelo terceiro ano consecutivo, sendo mais estranha a busca por arrendatário em Portugal – eventualmente explicável pelas alterações à lei do arrendamento. Já as buscas por gitana e saruê no Brasil justificam-se por serem termos usados na novela Velho Chico.
Nos restantes países de língua oficial portuguesa, as palavras mais procuradas no Dicionário Priberam foram: amnistia, pormenorizar e reborar (Angola); azáfama, embaixador e biónico (Cabo Verde); translineação, minúsculas e panorama (Guiné-Bissau); PALOP, abordagens e adormecer (Guiné Equatorial); monopartidarismo, obstar e pasteleira (Moçambique); lacuna, apropriação e comprometimento (São Tomé e Príncipe); mestre, contentores e enumerável (Timor-Leste).
A volta ao texto, a volta ao mundo
Se o FLiP[1] da Priberam “dá a volta ao texto”, o Dicionário Priberam permite dar uma volta ao mundo. Analisando palavras e expressões pesquisadas por utilizadores de outros países, recolhemos algumas buscas curiosas.
Por exemplo, há aquelas buscas possivelmente relacionadas com o que acontece ou pode acontecer em determinados destinos turísticos, como esbardalhar em Andorra, romance e dolce far niente nas Maldivas, tosquenejar na Namíbia ou chorrica (!) na República Dominicana. Os utilizadores provenientes de países com comunidades portuguesas mostram a ligação da diáspora portuguesa à actualidade do país e à sua língua materna, como atestam buscas por geringonça na Suíça ou carapau de corrida na Bélgica, morcão (e o seu feminino morcona) em França e no Luxemburgo, perrice no Canadá ou lazeira na Irlanda.
A pesquisa por termos próprios da cultura lusófona também esteve presente, como mostram as buscas por regueifa no Camboja, vinha-d’alho na Indonésia ou chopinho na China. O mesmo interesse despertam palavras e expressões típicas da língua portuguesa, como se afere a partir das buscas por circuncisfláutico na Suécia, jajão na Hungria, lamechas na Islândia, maneirinho no Ruanda, mãos-atadas na Ucrânia e ou coisa que o valha em Singapura. Por fim, há aquelas pesquisas que deixam transparecer intenções mais brejeiras, como as buscas por bundudo nas Filipinas, chupão no Japão, gostosa no Líbano ou trepada na Estónia.
O ano de 2016 em palavras
Os acontecimentos marcantes deste ano tiveram reflexo nas buscas do Dicionário Priberam. O site O Ano em Palavras, divulgado pela Priberam na semana passada, apresenta algumas das palavras que estiveram no top das consultas no Dicionário Priberam e que se podem associar a notícias ou eventos, nacionais ou internacionais, de um determinado dia: