“Decidi escrever uma carta ao Presidente da República francês de forma sensibilizá-lo e tentar que ele possa exercer a sua influência para que as escolas, e estou perfeitamente consciente que estas escolas têm autonomia e são prestigiadas, não abdiquem do português como língua de acesso para o ingresso” disse à Lusa.
Para o deputado, a decisão da Escola Normal Superior (ENS) e da Escola Politécnica (EP) é “um erro de estratégia”.
“O português tem uma capacidade de atracção cada vez maior em todo o mundo. É cada vez mais uma língua que se afirma pela sua importância económica e cultural”, defendeu.
Paulo Pisco sublinhou ainda que a língua portuguesa “tem a particularidade de ter uma grande capacidade de atracção em quatro continentes e fazer partes de algumas potências” como Angola, em África, e Brasil, na América.
“É um erro estratégico por parte das escolas abdicarem do português, quando o português está a ter projecção cada vez maior, quer em termos económicos, quer em termos culturais”, acrescentou.
Afirmando que Portugal e França têm uma “relação histórica, cultural, económica, de amizade e de cumplicidade muito grande”, o socialista relembrou ainda o elevado número de portugueses que residem naquele país.
“As várias gerações de portugueses que estão em França são a prova de que este tipo de decisões, que implicam uma das comunidades mais activas, dinâmicas e integradas em França, deveriam levar a que instituições desta natureza tivesse outro tipo de ponderação”, defendeu.
Sublinhando que a língua portuguesa é a sexta língua mais falada e que está presente em quatro continentes, o deputado defendeu que a decisão das duas escolas é “um erro que é preciso que seja repensado”.
Para dar “maior peso a esta pretensão”, a carta foi assinada pelos deputados do PS na Comissão dos Negócios Estrangeiros e Comunidades Portuguesas, entre os quais a vice-presidente do grupo parlamentar Maria de Belém e o candidato presidencial Defensor Moura.
FONTE: Público