Campo científico em Cabo Verde está a “emergir”

Lisboa, 18 dez (Lusa) – Cabo Verde está a ver emergir um campo científico no Ensino Superior que irá trazer uma “importância extraordinária” para o desenvolvimento do país, disse hoje em Lisboa o primeiro-ministro cabo-verdiano.

José Maria Neves falava aos jornalistas após presidir à cerimónia de abertura do VI Encontro da Associação dos Jovens Investigadores Cabo-Verdianos (AJIC), que decorre até domingo na Universidade Lusófona, em Lisboa, e salientou que, instalado que está o ensino superior, a aposta deve ser agora na qualidade.

“Há um campo científico que está a emergir e a estruturar-se em Cabo Verde, pelo que estão a ser criadas as condições para uma maior investigação”, salientou o chefe do executivo cabo-verdiano, lembrando que o arquipélago há muito que conta já com mais universitários no país (14.000) do que no estrangeiro (6.000).

O investimento na qualidade do sistema educativo cabo-verdiano, sobretudo no universitário (cerca de uma dezena de estabelecimentos), é a prioridade, defendeu José Maria Neves, lembrando que o ensino superior é ainda “jovem no país”.

“Houve um crescimento exponencial nos últimos anos. O sistema universitário em Cabo Verde é ainda muito jovem, estamos na fase inicial, de formação dos professores, fase embrionária do desenvolvimento do campo científico, e agora é investir na qualidade. Já criamos a agência de regulação do ensino superior, temos de agora criar o Fundo de Apoio à Investigação e continuar nesta linha de investimento”, acrescentou

O Ensino Superior em Cabo Verde, que em 2009 permitiu que, pela primeira vez, o número de universitários fosse maior no arquipélago do que fora dele, começou em 1979, com um curso de formação de professores do Ensino Secundário promovido por universidades de Lisboa e de Coimbra.

Sempre com a ajuda da cooperação universitária portuguesa, em 1986 foi criada a Escola de Formação de Professores do Ensino Secundário e, dez anos depois, em 1996, o Instituto Superior de Educação, que, nova década mais tarde, em 2006, se integrou, como unidade associada, na então recém-criada Universidade de Cabo Verde (Uni-CV).

Por seu lado, o presidente da AJIC, Vladimir Silves Ferreira, promotor da conferência, defendeu perante o chefe do executivo cabo-verdiano um maior apoio à investigação, dentro e fora do arquipélago, a quem apelou para a criação de uma agência de apoio à investigação e de um Estatuto do Investigador.

A conferência é dividida em cinco painéis – Educação, Desenvolvimento e Transformação Social; Sociedade, Ambiente e Organizações; Direito, Cidadania, Sistemas Políticos e Relações Internacionais; Migrações, Globalização e Diversidade Cultural; e Ciências Biomédicas, Biologia e Química.

JSD // EL – Lusa/Fim
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