Diz-me como escreves, dir-te-ei quem és, ou até, dir-te-ei como estás emocionalmente.
Há, sem dúvida, uma íntima relação entre as palavras e as nossas emoções. Quando recebemos uma mensagem calorosa, repleta de palavras que nos alegram o coração, isso é o suficiente para tornar o nosso dia mais feliz. Pelo contrário, palavras de carga negativa são como uma pedra que atiramos a uma janela. Até nos podemos arrepender, mas o vidro já partiu.
“Então…língua portuguesa bla, bla, bla e depois… BOOTCAMP??? TENHA VERGONHA!!!”
Recebi este comentário numa publicação que fiz há uns dias numa rede social sobre um evento no qual fui oradora – o Bootcamp da Executiva.
Como devo eu responder a tal comentário? Oferecendo palavras com a mesma chama emocional, ou, pelo contrário, usando as palavras com sabedoria e inteligência emocional?
Eu estudo palavras e sei bem o seu poder e alcance, mas sou humana e sei que, muitas vezes, as emoções tomam conta do nosso raciocínio e levam-nos a agir por impulso. Em cima do palco, pregar sobre o uso das palavras com sabedoria é tarefa fácil. O desafio é, na hora da verdade, pôr a teoria em prática quando a fornalha aquece.
Mas afinal, o que significa usar as palavras com inteligência emocional?
1. Termos consciência da velha máxima: as nossas emoções são temporárias, mas as nossas decisões são permanentes. E por isso, replicar palavras negativas nunca, mas nunca compensa.
2. Conseguirmos pôr-nos no lugar do outro: “provavelmente, a autora do comentário está a passar por alguma frustração pessoal ou profissional, o que a levou a usar tais palavras…”
3. Finalmente, ter plena convicção de que a minha paz vale muito mais do que a minha razão. “Quer ser a pessoa com a razão? Sem problema. Eu prefiro ser a pessoa feliz, porque a minha paz vale ouro.”

Sandra Duarte Tavares

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