São Tomé, 08 set 2025 (Lusa) – A ministra da Educação são-tomense abriu hoje o ano letivo destacando medidas tomadas pelo Governo e projetos desenvolvidos com o apoio da cooperação portuguesa e reafirmou “o compromisso coletivo com a educação como motor de desenvolvimento” do país.
Isabel Abreu apontou o esforço feito na capacitação dos professores, na construção de novas escolas, o que permitiu “reduzir o rácio aluno/professor, garantindo melhores condições de aprendizagem”, o reforço nas inspeções e a contratação de mais técnicos de ensino especial.
Elencou ainda a atualização do currículo, “alinhando-o com as exigências contemporâneas da sociedade”, salientando a necessidade de uma educação inclusiva, que garanta a “cada criança, cada jovem, independentemente das suas condições sociais, culturais, económicas ou físicas”, acesso a “uma escola de qualidade”.
A ministra referiu os projetos desenvolvidos com o apoio da cooperação portuguesa e que têm permitido, nomeadamente, “dar forma a novas oportunidades aos jovens para o futuro”.
“Estamos a implementar cursos técnico-profissionais nos distritos de Caué, Lembá e região autónoma do Príncipe, tanto é que já está em funcionamento um curso ligado à docência nestas regiões”, citou.
Com esse apoio estão a ser feitos “esforços para a elaboração do Sistema Nacional de Qualificações, o perfil do aluno à saída dos ensinos básico e secundário” e está em atualização o sistema de avaliação para os ensinos básico e secundário.
Foi também atualizado o manual de português para surdos para o primeiro ciclo, produzido o novo dicionário de língua gestual e está em curso a atualização dos manuais dos ensinos básico e secundário, “com o envolvimento dos professores”.
A aposta estende-se ao ensino superior, com a atribuição de 1.200 bolsas de estudo internas e 600 externas, “permitindo que os jovens tenham acesso a oportunidades de formação e especialização em diversas áreas”, e a criação da Agência Nacional de Regulação do Ensino Superior, visando “garantir a qualidade, a credibilidade e a sustentabilidade do sistema”, salientou.
Isabel Abreu lamentou que, até ao momento, para o ano letivo que se inicia no próximo dia 22, apenas estejam inscritos um total de 35.399 alunos (bastante abaixo dos 57.849 do ano letivo 2024/2025).
“Estes dados revelam que existem alunos que ainda não estão matriculados”, disse, apelando aos pais e encarregados de educação que inscrevam os seus educandos, “pois a inscrição tardia não só compromete a organização das turmas, a distribuição dos professores, a gestão de recursos, como pode proporcionar dificuldades de aprendizagem e prejudicar o desempenho escolar dos alunos”.
Num balanço do ano que findou, a ministra salientou as taxas de aproveitamento, que rondam os 80% nos 1.º e 2.º ciclos, os 70% no 3.º e os 78% no secundário.
“Muito mais do que os resultados escolares, são um espelho do nível de aprendizagem dos estudantes, da eficácia das práticas pedagógicas dos professores, do acompanhamento da família e do compromisso da própria escola com a qualidade de ensino (…), mostrando à sociedade o verdadeiro impacto da educação na formação de cidadãos capazes e responsáveis”, frisou.
Isabel Abreu fez questão de “reconhecer, com profundo respeito, os docentes que, mesmo em condições adversas — em escolas com infraestruturas degradadas, carentes de água e saneamento — continuam a ensinar com entrega e determinação, sendo verdadeiros pilares da esperança e do progresso”.
Além da cooperação portuguesa, a ministra agradeceu a outros parceiros, como o Banco Mundial e a UNICEF.
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