Praia, 08 jul 2024 (Lusa) – Um total de 90 profissionais de saúde de Angola, Cabo Verde e Moçambique vão especializar-se em Portugal até 2026 ao abrigo de um programa de formação em parceria com quatro hospitais públicos portugueses, foi hoje anunciado.
A informação foi divulgada pela Associação Ensinar Saúde Norte, que assinou, em Vila do Conde, um protocolo com o Hospital Baptista de Sousa, de Cabo Verde, que até setembro vai enviar quatro médicos e dois enfermeiros para Portugal para fazer formação especializada em ambiente hospitalar.
A iniciativa integra-se no projeto PALOP EXPERTSAÚDE, que arrancou este ano e que, até outubro de 2026, pretende dar formação hospitalar especializada de três meses a 90 profissionais de saúde de Angola, Cabo Verde e Moçambique.
Ao todo vão ser formados 40 médicos, 40 enfermeiros e 10 técnicos de diagnóstico e terapêutica desses Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa (PALOP).
De acordo com a Associação Ensinar Saúde Norte, os primeiros participantes, do Hospital Materno Infantil Manuel Pedro Azancot de Menezes, em Angola, iniciaram a sua formação no segundo trimestre deste ano.
Citado pela nota de imprensa, a presidente do Hospital Baptista de Sousa, Helena Rebelo Rodrigues, disse que um dos pilares da unidade hospitalar cabo-verdiana é a formação contínua e treinamento de especialistas, com enfoque em médicos e enfermeiros.
“Os clínicos necessitam de atualizações permanentes, pois trata-se de uma área com atualizações constantes, no sentido da prestação clínica”, referiu.
Por sua vez, Susana Sá, gestora executiva do PALOP EXPERTSAÚDE, sublinhou que o programa “pretende contribuir para a melhoria das condições, respostas e acesso em saúde da população” desses três países.
O PALOP EXPERTSAÚDE é um projeto da Associação Ensinar Saúde Norte e vários parceiros, que apostam na formação hospitalar especializada certificada, de educação pós-graduada e capacitação.
Em 28 junho, a Ordem dos Médicos de Cabo Verde (OMC) alertou para a exaustão dos profissionais do arquipélago, devido à sobrecarga laboral causada pela falta de especialistas.
A OMC tem 772 médicos registados, mas apenas 432 estão no ativo, sendo que destes a maioria (cerca de 65%) são sem especialidade.
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