O escritor moçambicano Mia Couto vai ser homenageado no Festival Literário de Araxá, na cidade Alto Paranaíba, no Brasil, a decorrer de 15 a 19 de novembro.
De maneira a homenagear a lusofonia, o tema escolhido para esta sexta edição do festival é Língua, leitura e utopia.
O produtor e escritor Afonso Borges, criador do projeto Sempre um Papo, associação organizadora desta iniciativa, disse, num comunicado enviado à imprensa, que esta “será uma grande festa da língua portuguesa“.
Ainda sobre o tema do festival, Afonso lembra que embora já celebrado, o Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa ainda não se encontra consolidado. Assim sendo, o encontro de vários escritores de países lusófonos trará novos horizontes e discussões que visam a construção de uma sociedade melhor. Segundo o mesmo, “o género que mais vende no mundo é a distopia, que fala de regimes totalitários. É importante discutirmos utopia nesse cenário“.
Durante os cinco dias do festival, Araxá vai transformar-se na capital da lusofonia. Estão confirmadas as presenças dos escritores angolanos José Eduardo Agualusa e Ondjaki, bem como os portugueses Gonçalo M. Tavares, José Luís Peixoto e Inês Pedrosa. Entre os brasileiros, vai poder contar-se com Zuenir Ventura, Cristóvão Tezza, Ângela Lago e Luiz Ruffato.
O Prémio Nobel de Literatura, José Saramago, será o patrono desta sexta edição do Festival Literário de Araxá. É a primeira vez que Saramago é o patrono de um festival literário, estando a presença de Pilar del Río, escritora e companheira de Saramago ainda pendente. “Estamos conversando“, foi o que adiantou Afonso sobre o assunto.
Saramago vai ter também no festival uma exposição sobre si, a qual, findado o festival, vai seguir para a Fundação José Saramago, em Lisboa.
Mia Couto vai ser o escritor homenageado nesta sexta edição do festival.
Sobre Mia Couto
Mia Couto, pseudónimo de António Emílio Leite Couto é um prestigiado escritor e biólogo, tendo também sido jornalista por um curto período de tempo. Atualmente é também professor universitário da cadeira de Ecologia na Universidade de Eduardo Mondlane.
De momento é o autor moçambicano mais traduzido e divulgado no exterior e um dos autores estrangeiros mais vendidos em Portugal. As suas obras são traduzidas e publicadas em 24 países. Várias das suas obras têm sido adaptadas ao teatro e cinema. Tem recebido vários prémios nacionais e internacionais.
O seu romance Terra sonâmbula foi considerado um dos dez melhores livros africanos do século XX. Em 1999, o autor foi galardoado com o Prémio Vergílio Ferreira pelo conjunto de sua obra e, em 2007 o Prémio União Latina de Literaturas Românicas.