Mais circulação na lusofonia só se houver razões económicas

Cascais, Lisboa, 29 mai (Lusa) – O antigo primeiro-ministro de Moçambique Mário Machungo defendeu hoje que enquanto não houver uma necessidade económica o fluxo migratório entre países lusófonos não vai aumentar e a livre circulação nos países da lusofonia não vai acontecer.

“Enquanto não houver razões económicas para o movimento de pessoas não haverá livre circulação nos nossos países”, disse Mário Machungo num debate nas Conferências do Estoril sobre a lusofonia, que juntou também o presidente da câmara de Cascais e o antigo diretor-geral da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) e atual embaixador da Guiné-Bissau em Lisboa, Hélder Vaz Lopes.

Lembrando que hoje o movimento de emigração dos moçambicanos está a crescer em direção à China, país que assume um papel cada vez mais importante em África, Mário Machungo vincou que a grande oportunidade para o movimento de cidadãos lusófonos, nomeadamente de Portugal para Moçambique, passa pelo aproveitamento dos grandes megaprojetos em curso e em projeto.

“Precisamos da participação do capital português nesses megaprojetos, como a liquefação do gás no norte do país, que atualmente são de capital norte-americano e italiano”, disse Machungo, concluindo que “se Portugal tiver capacidade de se antecipar e ver a oportunidade desses grandes projetos pode viabilizar esse grande movimento de pessoas e de investimentos”.

Para Hélder Vaz Lopes, a lusofonia resulta de uma “convivência secular” e deve ser aprofundada “criando condições para que o cidadão da CPLP se sinta em casa em cada um dos países”, nomeadamente facilitando a circulação.

MBA // EL – Lusa/Fim
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