Deliberando por unanimidade, o júri foi constituído por José Correia Tavares, que presidiu, António Cândido Franco, Isabel Cristina Rodrigues e Teresa Martins Marques.
Dotado com 5.000 euros, e tendo o patrocínio, exclusivo, da Câmara Municipal de Castelo Branco, este galardão, bienal, admitiu ao concurso 44 obras de escritores portugueses, publicadas por 26 editoras, nos domínios da biografia e autobiografia, de memórias e diários.
Nas suas três últimas edições, o Grande Prémio de Literatura Biográfica da APE galardoou “Diário Quase Completo”, de João Bigotte Chorão, “Biografia de Eça de Queirós”, de A. Campos Matos, e “Tempo Contado”, de J. Rentes de Carvalho.
Nota biográfica do autor premiado
Nascido em Lourenço Marques, (Moçambique), em 1947 vai para Lisboa por força da sua formação académica e das obrigações do serviço militar. Licenciou-se em 1953 em Engenharia Electrotécnica, pelo Instituto Superior Técnico. Em 1976, vai para França onde é adjunto do director mundial de exploração na Compagnie de Française des Pétroles. O ramo petrolífero foi a sua especialidade profissional durante vinte anos (1958–78). Mas, entre 1974–78, acumulou essa actividade com a docência, que exerceu nas Universidades de Lourenço Marques, Pretória (1974–75) e Estocolmo (1977–78), onde regeu cursos de Literatura Portuguesa. Na Suécia foi também o coordenador do ensino da língua portuguesa. Diplomata, exerceu, durante dezassete anos consecutivos (1978–95), o cargo de conselheiro cultural junto da Embaixada de Portugal em Londres e presidiu à Comissão Nacional da UNESCO de 1996 a 98.
Crítico e ensaísta, dedicou exigente atenção à obra de José Régio a partir de José Régio: Antologia, Nota Bibliográfica e Estudo (1957). Ainda em Moçambique, co-dirigiu com Rui Knopfli cadernos literários de jornalis desafectos ao regime, casos de A Tribuna e A Voz de Moçambique. A generalidade dos ensaios que escreveu e publicou em Moçambique foram coligidos nos dois volumes de Crónica dos Anos da Peste (1973 e 1975; tomo único desde 1996). Fez teatro radiofónico no Rádio Clube de Moçambique, a partir de textos de Jean Racine, Ibsen e José Régio. Colaborou em numerosas revistas e jornais moçambicanos – Diário de Moçambique, Notícias da Beira, Objectiva, Paralelo 20 – e portugueses – Jornal de Letras, A Capital, Diário Popular, O Tempo e o Modo, Colóquio-Letras, Nova Renascença, Oceanos, Ler, entre outras. É professor da Universidade de Aveiro.
É Doutor Honoris Causa pela Universidade de Nottingham, do Reino Unido (1988) e pela Universidade de Aveiro (2002). Foi distinguido com o grau Oficial da Ordem do Infante D. Henrique.
Eugénio Lisboa usou os pseudónimos Armando Vieira de Sá, John Land e Lapiro da Fonseca.
Livros de ensaios e recensões
Cónica dos Anos da Peste – I e II
O Segundo Modernismo em Portugal
José Régio – Uma Literatura Viva
Poesia Portuguesa – do «Orpheu» ao Neorrealismo
As Vinte e Cinco Notas do Texto
José Régio ou A Confissão Relutante
O Objeto Celebrado
Portugaliae Monumenta Frivola
O Essencial sobre José Régio
Indícios de Oiro