Conselheiro quer Guangdong e Macau a abrir campus universitários lusófonos

Macau, China, 24 jan 2022 (Lusa) – Um representante de Macau no principal órgão consultivo do governo da província vizinha de Guangdong defendeu que universidades das duas regiões deviam abrir campus universitários no estrangeiro, incluindo em países de língua portuguesa.

Mok Chi Wai disse que as universidades de Macau e de Guangdong deviam ainda colaborar na criação de institutos conjuntos e no recrutamento de estudantes estrangeiros, avançou hoje a imprensa de língua chinesa.

O representante apontou como alvos os países de língua portuguesa, África, os Estados-membros da Associação de Nações do Sudeste Asiático e os participantes na iniciativa chinesa ‘Uma Faixa, Uma Rota’.

Mok Chi Wai disse durante a atual sessão da Conferência Política Consultiva do Povo Chinês em Guangdong que a medida iria “reforçar a influência internacional da cultura e valores chineses”.

Além de membro do membro do Comité Permanente do órgão consultivo de Guangdong, Mok Chi Wai é também presidente da Federação da Juventude de Macau.

Uma porta-voz da federação disse à Lusa que a sugestão foi apresentada em nome de vários deputados provenientes de Macau e que, por isso, “não seria conveniente” revelar mais detalhes sobre a proposta.

O Instituto Confúcio, sob a tutela de uma agência governamental chinesa, estabeleceu delegações diretamente em escolas e ‘campus’ universitários em cinco universidades portuguesas – Porto, Aveiro, Coimbra, Lisboa e Minho – em várias universidades do Brasil, Angola, Moçambique, na Universidade de São Tomé e Príncipe e na Universidade de Cabo Verde.

Desde 2011 que universidades chinesas têm criado campus ou institutos no estrangeiro, incluindo no Laos, na Malásia e no Reino Unido.

Em junho de 2021, milhares de húngaros saíram às ruas da capital para protestar contra a instalação de uma filial da Universidade Fudan, o primeiro campus de uma universidade chinesa na Europa.

A câmara de Budapeste renomeou as ruas à volta do local com nomes que invocam assuntos sensíveis para o Governo chinês: “Rua da Liberdade para Hong Kong”, “Rua Dalai Lama”, “Rua Libertem os mártires Uigur” e “Rua Bispo Xie Shiguang”, esta em homenagem a um padre católico chinês perseguido.

Em dezembro de 2019, a Universidade Fudan, considerada das mais liberais da China, anunciou a retirada dos conceitos de “liberdade de pensamento” e “integridade académica” dos princípios básicos da instituição.

Os estatutos da universidade, sediada em Xangai, foram alterados para destacar “a liderança do Partido Comunista Chinês sob a orientação do marxismo e socialismo” e a garantia de “implementar a direção, princípios e política do partido”.

VQ // VM – Lusa/Fim

Estudantes chineses formados posam para a foto de formatura em grupo na Universidade Qingdao, província de Shandong, leste da China, 09 de junho de 2014. EPA / WU HONG
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