Londres, 13 fev 2020 (Lusa) – O artista angolano Nástio Mosquito apresenta, na sexta-feira, na Tate Modern, em Londres, o projeto “No.One.Gives.A.Mosquito’s.Ass.About.Trabalho.De.Preto”, que “explora o potencial político dos sonhos e pontos de vista”, que está patente em Lisboa, no formato de exposição multidisplinar, até sábado.
Segundo informação disponível no site oficial da Tate Modern, o projeto de Nástio Mosquito, “que assume uma forma diferente de cada vez que é apresentado”, será mostrado às 19:00 na sala Starr Cinema.
“No.One.Gives.A.Mosquito’s.Ass.About.Trabalho.De.Preto”, o projeto mais recente do artista pluridisciplinar, ‘performer’ e músico angolano, “explora o potencial político dos sonhos e pontos de vista”. “Questiona ‘Quem ou o quê tem poder sobre nós?’ e ‘Quem ou o quê é realmente importante para nós’”, lê-se no ‘site’.
Para a Tate Modern, Nástio Mosquito programou “uma noite que se desenrola em três atos distintos”. “Com recurso a voz, som, vídeo e performance, oferece às audiências a oportunidade de descobrir os impulsos-chave do artista e uma abordagem multimédia de formas inesperadas”, explica a instituição.
Em Lisboa, no Hangar – Centro de Investigação Artística, é possível visitar até sábado “No.One.Gives.A.Mosquito’s.Ass.About.Trabalho.De.Preto” no formato exposição expandida, que integra uma instalação audiovisual composta por nove ‘soundscapes’, um programa semanal de sessões áudio intitulado “No.One.Gives.A.Mosquito’s.Ass.About.Visions”, distribuição de autocolantes e folhetos, performances e colaborações que vão acontecer de forma mais ou menos espontânea, num projeto que Mosquito quer manter aberto à intervenção de outros artistas, ‘performers’ e músicos, segundo a organização.
O título surge como uma provocação e pretende confrontar o público “com as conotações negativas da expressão ‘trabalho de preto’ – racista, esclavagista, estereótipo étnico depreciativo, entre outras -, e, paralelamente, agencia-a [como] fator de unificação”.
Porque, como expõe Nástio Mosquito, o desafio é “falar com todos os pretos loiros, pretos morenos, pretos acromáticos, pretos das redes sociais, pretos com suposta representatividade, pretos que todos os dias acordam com a vontade interior de serem resoluções de problemas…”.
O projeto prossegue “No.One.Gives.A.Mosquito’s.Ass.About.Us”, o universo de trabalho que o artista estreou em maio do ano passado, com uma série de performances ao vivo, e que foi apresentado no âmbito do programa de abertura oficial da 58.ª Bienal de Arte de Veneza, nessa altura com a derivação “No.One.Gives.A.Mosquito’s.Ass.About.Our.Performance”.
Nascido em 1981, no Huambo, Nástio Mosquito saiu de Angola ainda jovem para estudar em Coimbra, e depois rumou a Lisboa, onde desenvolveu o seu trabalho musical durante dois anos no Hot Club, e já adulto seguiu para Londres, onde estudou produção em media, tendo regressado depois ao seu país de origem.
O seu trabalho tem passado pelo vídeo, fotografia, instalações, palavra, performance e música, com álbuns editados como “Why Do You Care” (2012) e “Se Eu Fosse Angolano” (2013).