Marina Colasanti

Hoje, o mundo literário perdeu uma de suas vozes mais poéticas e sensíveis. Morreu aos 87 anos, em sua casa no Rio de Janeiro, a escritora, jornalista, artista plástica e uma das maiores referências da literatura brasileira contemporânea, MARINA COLASANTI, autora de mais de setenta obras, entre contos, poesia, prosa e literatura infantojuvenil. Durante grande parte da sua vida, exerceu o ofício de escritora ao mesmo tempo que atuava como jornalista em vários veículos impressos e televisivos, além de ter roteirizado alguns filmes.

Marina Colasanti nasceu no dia 26 de setembro de 1937, na cidade de Asmara, capital da Eritreia, no norte da África, então colônia italiana. Passou parte da infância em Trípoli, na Líbia e na Itália. Os Colasanti emigraram para o Brasil em 1948 devido à situação difícil e vívida na Europa após a Segunda Guerra Mundial, fixando residência no Rio de Janeiro.

Durante os anos de 1952 e 1956, estudou pintura com Caterina Baratelli, e, em 1956, ingressou na Escola Nacional de Belas Artes. A formação como artista plástica possibilitou que Marina pudesse, mais tarde, ilustrar suas mais de 70 obras literárias, entre contos, poesia, literatura infantil e outros.

Entre os principais livros de Marina Colasanti estão “Hora de alimentar serpentes”, “Uma ideia toda azul” e “Ana Z. aonde vai você?”. Entre seus trabalhos notáveis como tradutora, se destaca a versão dela para a Record do livro “A Pequena Alice no País das Maravilhas”, de Lewis Carroll.

Marina foi premiada nove vezes com o prêmio Jabuti e, em 2023, recebeu da Academia Brasileira de Letras o prêmio Machado de Assis, pelo conjunto de sua obra, sendo a décima mulher a conquistar esta premiação. O reconhecimento foi feito em reverência ao conjunto de sua obra, que é vasta, atemporal e inesquecível. Em 2024, o Prêmio Jabuti a escolheu como Personalidade Literária do Ano, em homenagem ao legado inestimável de seu trabalho.

A escritora, que se declarava feminista histórica, fez parte do primeiro Conselho Nacional dos Direitos da Mulher e, durante 20 anos, atuou com temas ligados ao feminino na sociedade.

Marina era casada com o escritor Affonso Romano de Sant’Anna. O corpo da escritora será velado no Parque Lage, na zona sul do Rio de Janeiro. A cerimônia acontece das 9h às 12h desta quarta-feira (29).

Marina era uma contadora de histórias como poucas. Seus textos, repletos de delicadeza e profundidade, exploravam temas como o amor, o feminino, o tempo e a condição humana com uma sensibilidade rara. Autora de obras inesquecíveis como “A Moça tecelã”, “Entre a espada e a rosa” e “Eu sei, mas não devia”, ela sabia como poucos transformar palavras em arte, tocando corações e mentes de leitores de todas as idades.


Concepção e elaboração do post 📝José Ricardo 🖋️ professor e historiador


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