Cerca de 600 oliventinos pediram nacionalidade portuguesa nos últimos dois anos, um fenómeno impulsionado pela Associação Além Guadiana, que se dedica a divulgar a cultura lusa em Olivença.
Reportagem de Roberto Dores (TSF)
Só da última vez que Eduardo Machado, professor de Português e membro da Associação Além Guadiana (AAG), foi à Conservatória dos Registos Centrais de Lisboa, em dezembro de 2016, entregou mais 110 pedidos, relativos as faixas etárias do 5 aos 90 anos.
Olivença é o único concelho espanhol onde para também se ser português basta ter nascido por aqui, ser descendente ou casado com um natural da terra. Um privilégio que segundo o alcaide Manuel José Andrade torna os oliventinos “especiais”.
A possibilidade de entrar no mercado de trabalho em ramos como o ensino ou serviços médicos são vantagens da dupla cidadania, mas o presidente da Associação Além Guadiana, Joaquín Fuentes, também sublinha a força das raízes portuguesas neste fenómeno, que tem despertado as entidades locais para a necessidade de recuperar a Língua Portuguesa tal como era falada na rua até meados do século passado.
O próprio alcaide encarregou-se de avançar com um projeto para reforçar o ensino do português nas escolas locais. A proposta já deu entrada no governo regional da Extremadura e visa atingir os vários níveis de ensino. “É verdade que na Extremadura se estuda Português, mas Olivença, pelas características especiais, deve ter um plano especial de Língua Portuguesa”, disse o autarca que admite mesmo a contratação de professores nativos.
Eduardo Machado revela que já está criada a comissão para a comunidade educativa, que junta autarquia e estabelecimentos de ensino, com o objetivo de encontrar respostas para a procura do “Português”. Ler o artigo completo.