O financiamento – cujo pedido foi entregue no início do ano – “seria uma injeção importantíssima”, afirmou Jorge Ferrão, no final da cerimónia de abertura do XXIV Encontro da AULP, que decorre em Macau até à próxima sexta-feira.
“Nós criámos uma espécie de Erasmus da AULP que agora funciona com estudantes que vêm do Brasil para as universidades africanas e das universidades africanas para o Brasil, mas nós queremos que todos os membros possam beneficiar”, pelo que “parte deste financiamento ajudaria a estruturar este programa de mobilidade para todos”, explicou Jorge Ferrão.
O também reitor da Universidade Lúrio (Moçambique) destacou que a verba solicitada destinar-se-ia essencialmente a reforçar o que existe como pacote de mobilidade – entre as universidades africanas e o Brasil e vice-versa e entre o Brasil e Portugal –, mas também ir mais além: “Queríamos poder fazer o triângulo, envolver também Macau, Timor-Leste e criar um pacote diferente”.
Segundo Jorge Ferrão, caso seja aprovado o pedido, o apoio da Fundação Macau afigurar-se-ia como “uma base para começar”. Tal não invalida, porém, que a AULP continue a procurar outras fontes de financiamento, solicitando investimento designadamente às universidades porque “são sujeitos ativos” no processo.
“Só assim poderemos colocar este programa de mobilidade ao nível dos outros programas que já acontecem”, afirmou o presidente da AULP, indicando que objetivo é “começar o mais breve possível”. “Se puder começar ontem, começa. Não há tempo a perder nesta altura, as necessidades são muito prementes”, frisou.
Ao longo dos últimos anos, “a Fundação Macau provou ser um parceiro primordial da nossa associação (…) Todos nós temos consciência de que esses apoios permitem a estabilidade e a realização dos nossos trabalhos com alguma consistência”, afirmou no discurso de abertura do encontro da AULP, que reúne cerca de 200 participantes de dez países e regiões em Macau.
Em resposta à agência Lusa, a Fundação Macau disse estar a processar o requerimento, sendo esperada uma decisão “em breve”. A Fundação Macau confirmou ainda ter concedido à AULP uma verba equivalente a mais de 200 mil dólares (154 mil euros) em 2005.
Segundo Jorge Ferrão, a Fundação Macau não figura, porém, como o principal financiador da AULP. “A CAPES [Fundação Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior, do Brasil] fez um investimento de quatro milhões de dólares que é, de longe, superior ao da Fundação Macau. Mas não é a importância dos valores, é a importância do gesto”, realçou o presidente da AULP.
Esse programa de intercâmbio, “que já funciona há três anos”, engloba mais de 50 projetos e envolve mais de 600 professores e alunos do ensino superior.
Fundada em 1986, a AULP reúne cerca de 150 universidades públicas e privadas e institutos politécnicos nos países da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) e em Macau.
O próximo encontro da AULP vai ter lugar em Cabo Verde, segundo adiantou Jorge Ferrão.
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